Trocas deixam Oeste ainda mais brutal na temporada da NBA

Giancarlo Giampietro
Em São Paulo

O San Antonio Spurs conquistou três títulos nos últimos cinco anos. A base mantida em torno do pivô Tim Duncan segue produtiva. Mas nem por isso o técnico Gregg Popovich consegue relaxar.

A DISPUTA NO OESTE
EFE
União de Pau Gasol com Kobe Bryant causou preocupação na concorrência
AP
Criticada, contratação de Shaquille O'Neal pelos Suns ainda é incógnita na temporada
1) Hornets36-1570,6
2) Suns37-1669,8
3) Lakers35-1767,3
4) Jazz34-1964,2
5) Spurs34-1766,7
6) Mavericks35-1866
7) Warriors32-2061,5
8) Nuggets32-2061,5
9) Rockets32-2061,5
10) Blazers28-2453,8
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LESTE: CELTICS E PISTONS SOBRAM
Fora a irregularidade demonstrada pela equipe no campeonato, o que mais aflige o treinador é a concorrência fortalecida que o time texano vai encarar no Oeste, na metade final da temporada da NBA, após o intervalo do "All-Star Game" deste fim de semana, em Nova Orleans..

Duas inesperadas megatrocas sacudiram o "status quo" de uma conferência já robusta - a transferência do veterano Shaquille O'Neal para o Phoenix Suns e a ida de Pau Gasol para o Los Angeles Lakers.

Essa última troca, particularmente, em que os Lakers conseguiram o astro espanhol, do Memphis Grizzlies, sem perder peças vitais de um elenco promissor, foi a que deixou Popovich mais perplexo.

"O que eles fizeram em Memphis está além de minha compreensão. Deveria haver um comitê para avaliar trocas que pudesse vetar todas as negociações que não fazem nenhum sentido. Eu teria dito não a essa troca para Los Angeles", afirmou.

O técnico do Dallas Mavericks, outro aspirante texano ao título, preferiu encarar a bomba com mais humor e concisão e apenas desejou um "feliz Natal" dez meses antecipado para o rival.

A mídia especializada aclamou a transação pelo lado dos Lakers, que já eram elogiados pelo desempenho de seus jovens atletas. Em especial o pivô Andrew Bynum, que aos 20 anos passou a ser figura dominante no garrafão e superou a desconfiança do ala-armador Kobe Bryant. A evolução de Bynum e a contratação animaram o astro - ele não quer mais ser trocado.

"Isso mostra que há um grande comprometimento de nossa franquia. Foi um grande passo. Agora é só uma questão de nós nos entrosarmos e juntarmos forças em quadra. Temos um ótimo banco, temos tamanho e somos versáteis. Agora é a hora", disse Bryant.

Se os reforçados Lakers inspiram desconforto, não se pode dizer que eles representam a única surpresa ameaçadora ao domínio turma de Popovich. Acompanhando a badalada franquia, o New Orleans Hornets, liderado pelo armador Chris Paul (concorrente ao prêmio de melhor do ano), decidiu subir ao topo do Oeste. Em confronto no dia 26 de janeiro, os Hornets arrasaram os Spurs, na casa do adversário, por 102 a 78.

E a lista, naturalmente, não se resume a novas forças. O Utah Jazz, vice-campeão da conferência, tem uma campanha a mais para amadurecer a dupla Deron Williams e Carlos Boozer. O Denver Nuggets reuniu Allen Iverson e Carmelo Anthony pela primeira vez desde a pré-temporada e se mantém na briga mesmo com o excesso de lesões. Nuggets, Houston Rockets e Golden State Warriors, empatados na oitava colocação - limiar da luta por vaga nos playoffs -, estão a apenas quatro vitórias do primeiro lugar.

Esse cenário incentivou os Suns, que são os vice-líderes, à mudança. A franquia fez uma grande aposta ao enviar o ala Shawn Marion e o armador Marcus Banks para Miami por O'Neal. A junção do pivô, prestes a completar 36 anos, com o time mais veloz do Oeste causou impacto. "É chocante", afirmou o ala LeBron James, do Cleveland Cavaliers.

Além de espanto, a percepção geral na liga é de dúvida. Vai funcionar? "Não vou ter uma idéia de verdade sobre eles até enfrentá-los", disse o técnico George Karl, do Denver Nuggets. "Há uma parte de mim que acha que é uma boa mudança e outra que acredita que pode deixá-los lentos."

Diante do dilema, os outros pretendentes da conferência só podem torcer para que a segunda opção seja a mais viável.


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