Associação cria torneio paralelo e reconhece falta da nacionalização

Antoine Morel
Em São Paulo

A Associação dos Clubes de Basquete (ACB), criada no final do ano passado por times contrários à política da Confederação Brasileira, fez o lançamento de uma nova liga do esporte nesta segunda-feira. Com equipes apenas paulistas, a organização ainda sonha com uma liga nacional.

MODELO NA NBA E EUROPA
Divulgação
Hélio Rubens (e), Cássio Roque e o pres. da Federação Paulista, Toni Chekamate (d)
O recém-criado torneio da Associação dos Clubes Brasileiros, lançado nesta segunda-feira, reconhece ainda a sua dificuldade para uma organização sólida. Mesmo assim, os dirigentes da ACB miram o modelo da NBA e das ligas européias.

"Vamos fazer promoções. Campeonato de cravada, de três pontos. Vamos profissionalizar. Tudo para satisfazer a torcida nos ginásio (...) O modelo é a NBA, a liga européia, a liga argentina. Não estamos inovando nada, estamos até atrasados em relação ao resto do mundo", disse o técnico Hélio Rubens, um dos fundadores da ACB.
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Apesar da divulgação do torneio ter o nome de Campeonato Brasileiro, só clubes do estado de São Paulo (oito no total) estarão na disputa. O técnico Hélio Rubens, um dos fundadores da Associação, reconhece a falta de apoio das outras regiões.

"Não é um campeonato nacional. É um campeonato da modalidade, por isso se chama Supercopa de basquete", afirmou o treinador, em entrevista nesta segunda-feira na sede da Federação Paulista de Basquete, em São Paulo, que chancela o evento.

Para o presidente da ACB, Cássio Roque, a explicação da falta das outras regiões no campeonato está na Confederação Brasileira de Basquete (CBB), que se recusa justamente a chancelar o evento.

"Todos os outros clubes concordam conceitualmente com a Associação dos Clubes. A CBB cria um bairrismo inexistente. Não somos rebeldes, somos descontentes. A Confederação se coloca de tal maneira que consegue apoio destes clubes [que atualmente disputam o Nacional de basquete, iniciado desde janeiro]. Apenas os paulistas é que não cederam", disse o dirigente.

A ACB, porém, se coloca como uma entidade nacional e tenta fugir do rótulo de regionalista. Para os próximos campeonatos, Roque garante a presença de outras equipes.

"Vamos abrir quatro, seis, oito vagas para times de outras regiões entrarem. Estamos definindo ainda. Estas equipes podem até disputar um torneio no segundo semestre classificatório. Até porque nesta época, elas ficam inativas", explicou o presidente da ACB. Os paulistas também terão que se classificar por meio do Campeonato estadual.

A constatação dos próprios dirigentes da ACB de fugir do rótulo de torneio nacional paralelo ao da CBB tira a comparação entre esta iniciativa e a Nossa Liga, feita em 2006 e que teve apenas uma temporada.

FRANCA X FLAMENGO
A briga de Franca para disputar a Liga Sul-Americana de clubes pode não terminar com a manobra da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), que contrariada pela decisão judicial pedida pelo clube paulista, abriu mão da vaga do Minas no torneio continental na última semana. Franca cogita agora brigar pela vaga do Flamengo na competição.
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"É um pouco diferenciado da nossa liga. Os conceitos são os mesmos. Não estamos criticando a Nossa Liga, pelo contrário. Mas vamos tentar agir com mais razão e menos emoção", completou Roque.

A Associação dos Clubes terá oito clubes: Unimed Franca, Winner Limeira, Conti Assis, Pinheiros, Vinac São José, Lupo Araraquara, Paulistano Dix Amico e Bauru. A Ulbra Rio Claro, que assinou a filiação, não disputará a competição porque um parecer jurídico proíbe que a equipe esteja em dois campeonatos ditos nacionais ao mesmo tempo.

O campeonato da ACB começa dia 28, quinta-feira, e usará o formato de "double-game", com jogos duplos na mesma cidade pelas mesmas equipes em dias sequenciais.


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