Boston Celtics e Los Angeles Lakers se enfrentam pela 11ª vez na final da NBA. E o time californiano carrega o estigma de ser um freguês histórico da franquia da Conferência Leste.

Nas dez séries anteriores, o retrospecto é de oito triunfos para Boston, em amplo domínio construído especialmente pela "máquina" de Red Auerbach dos anos 60.

A primeira delas aconteceu em 1959, quando a competição contava com apenas oito clubes (hoje são 30) e os Lakers ainda tinham base em Minneapolis, em um região com muitos lagos (daí o nome em inglês).

Na década seguinte, os Celtics se depararam com os rivais em seis ocasiões na decisão e venceram todas elas. Nessa época o time reinava sob o comando do legendário pivô Bill Russell, exímio defensor que propiciava um contra-ataque devastador. Ele dava o toco e acompanhava o restante do time na correria em lances até então incomuns em uma liga padronizada pelo jogo cadenciado.

A revolucionária equipe faturou 11 títulos, oito em série. Nos anos 60, só perderam o campeonato de 1967, destronados pelo Philadelphia 76ers de outra figura mítica, o pivô Wilt Chamberlain, que já fez cem pontos em um jogo.

Depois desse período de dominância, os Celtics voltaram a cruzar com os Lakers na década de 80, com outra geração histórica, a de Larry Bird, Kevin McHale e Robert Parish. A diferença foi que, do outro lado, Magic Johnson e Kareem Abdul-Jabbar decidiram fazer frente.

Em 1984, o time de Los Angeles caiu pela oitava vez consecutiva diante de Boston. Mas o troco veio logo no ano seguinte e o segundo triunfo ocorreu em 1987, no revés que marcou o fim dos tempos de predadores para os Celtics.

Desde o último duelo, a franquia mais vencedora da NBA amargou o declínio - sua melhor campanha foi chegar à final do Leste em 2002, em queda diante do New Jersey Nets -, enquanto os californianos se mantiveram competitivos, ganhando quatro troféus e três vice-campeonatos.