Final começa com promessa de novo 'boom' de popularidade na NBA

Bruno Freitas
Em Boston (Estados Unidos)

Com um clima de entusiasmo no ar, a NBA abre nesta quinta-feira o confronto de playoff final da temporada, com a mais clássica rivalidade do basquete profissional norte-americano, Boston Celtics e Los Angeles Lakers. O encontro entre as duas franquias mais bem-sucedidas da história da liga é o desfecho dos sonhos para a direção da entidade, depois de um campeonato repleto de sorte.

CLÁSSICO NA FINAL DA NBA
Reuters
Garnett revitalizou Celtics na temporada
Reuters
Bryant volta à final e busca o quarto título
Jogo 1 - 05/06 - em Boston, às 22 h
Jogo 2 - 08/06 - em Boston, às 22 h
Jogo 3 - 10/06 - em Los Angeles, às 22 h
Jogo 4 - 12/06 - em Los Angeles, às 22 h
Jogo 5 - 15/06 - em Los Angeles, às 22 h*
Jogo 6 - 17/06 - em Boston, às 22 h*
Jogo 7 - 19/06 - em Boston, às 22 h*
* Se necessário
Todos os jogos serão transmitidos pela ESPN
COADJUVANTES TAMBÉM BRILHAM
BLOG: BOSTON FICA SEM ANO 100%
DUELO DE LÍDERES DE CONFERÊNCIA
CONFIRA A PÁGINA DOS PLAYOFFS
A popularidade de Celtics e Lakers, melhores campanhas das conferências Leste e Oeste, respectivamente, ajudou a NBA a alcançar uma ascensão de audiência nos Estados Unidos, depois de anos de baixa, em tempos de domínio do San Antonio Spurs, um time sem apelo nacional, segundo os especialistas.

A temporada termina com as redes de televisão que transmitem a NBA para o país celebrando números favoráveis em relação ao ano anterior: crescimento de 35% de audiência na ESPN, 16% na TNT e 28% na ABC, em números divulgados pela 'Nielsen Media Research'.

Números acima fazem a NBA sonhar com um passado não muito distante, quando a rivalidade Lakers x Celtics tinha Magic Johnson e Larry Bird à frente. Foram os anos dourados de popularidade da liga, em momentos em que ela conseguiu ser difundida mundo afora - também com a ajuda de um certo Michael Jordan.

"Sem dúvida, adoraríamos ter as audiências que tínhamos nos anos 80 e 90. Se conseguirmos trazer ao basquete aquelas pessoas que estão em outro canal vendo as reprises de 'Sex and the City', melhor ainda", diz Phil Jackson, técnico dos Lakers, nove vezes campeão da NBA como treinador, em citação a um popular seriado da TV norte-americana.

Alguns detalhes justificam a devoção quase religiosa do público norte-americano por esse duelo decisivo da NBA em particular. Celtics e Lakers são os times que têm mais aparições em finais da liga (29 e 20, respectivamente) na história. São também os mais vencedores, com 16 títulos para o Boston e 14 para o Los Angeles.

Quando a NBA celebrou 50 anos de existência em 1996, uma lista com os 50 melhores atletas de sua história foi elaborada, e as duas franquias foram predominantes, com 22 indicações.

Mas a NBA tem mais a celebrar do que a reedição da histórica rivalidade Lakers x Celtics e o aumento de audiência. A temporada vai chegando ao fim igualmente sem nenhum registro de escândalo grave, como aconteceu nos anos anteriores.

Em 2007, a popular liga de basquete dos Estados Unidos foi abalada pelo escândalo de apostas, descobertas a partir de denúncias contra um árbitro da liga (Tim Donaghy), e também sofreu com a repetição de brigas dentro de quadra (como o confronto em dezembro de 2006 entre atletas do New York Knicks e Denver Nuggets, que resultou em um total de 47 jogos de suspensão).

Por fim, a final da NBA também dá a sorte de reunir em lados opostos dois ídolos nacionais, que ultrapassam os limites de adoração dentro de suas equipes. São os casos de Kobe Bryant, tricampeão pelo Los Angeles, e Kevin Garnett, que chegou ao Boston nesta temporada, ajudou a equipe a voltar a uma decisão após 20 anos e ainda busca seu primeiro título. Como motivação, terminará a temporada embolsando US$ 23,7 milhões apenas em salários nos Celtics.

Era a final que todos queriam, mas a alta cúpula da liga rebate as teorias de conspiração a respeito de um favorecimento a Celtics e Lakers até a final. Recentemente, Rasheed Wallace, do Detroit Pistons, disse que o Boston é o "time da NBA".

Em entrevista nesta semana ao Boston Globe, David Stern, comissário-chefe da NBA, rebateu as insinuações, dizendo que "isso já aconteceu com Knicks e Bulls, quando tinham equipes mais competitivas. Não fazemos nada para influenciar".


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