Na sombra de Kobe e Garnett, coadjuvantes carregam os finalistas

Bruno Freitas
Em Boston (Estados Unidos)

Muito se fala de grande fase de Kobe Bryant, MVP (sigla em inglês para jogador mais valioso) da temporada, e da adição do astro espanhol Pau Gasol ao Los Angels Lakers. Se badala o momento do "Big 3" dos Celtics, com Kevin Garnett, Paul Pierce e Ray Allen. No entanto, a trajetória dos dois finalistas da NBA foi pontuada pela valiosa contribuição de atletas que pouco aparecem.

Melhor campanha da temporada regular e campeão da Conferência Leste, os Celtics do técnico Doc Rivers chegaram à decisão com um time que, além de suas três grandes estrelas, contou com uma combinação feliz de jovens jogadores e antigos "andarilhos" da NBA.

Os nomes que surpreenderam em Boston foram o armador Rajon Rondo e o pivô Kendrick Perkins, ambos titulares, assim como o ala James Posey, campeão com o Miami Heat, mas que estava em baixa, o armador Eddie House, cujo currículo tem oito equipes em oito anos de liga, o veterano Sam Cassel, um dos mais rodados da liga, e o pivô P.J. Brown, que, no início do ano, estava muito mais perto da aposentadoria do que de uma disputa por título.

"Não sabia muito sobre Rondo quando cheguei aqui. Sabia que era destaque na universidade, tinha ouvido seu nome. Mas ele cresceu muito ao longo da temporada. Como um garoto, às vezes é um chato. Mas já conta com nosso respeito. Não se tem respeito dentro desse tipo de time se não tiver capacidade", elogia Garnett, estrela dos Celtics, sobre o jovem companheiro de 22 anos.

Os Lakers por sua vez, chegam à decisão depois de uma temporada que parecia perdida desde o início, quando Kobe Bryant, insatisfeito com o rumo da equipe, forçou a barra para ser trocado. Depois de uma longa e tensa negociação, o camisa 24 decidiu permanecer em Los Angeles.

Aos poucos, a equipe foi se acertando, com as ascensões do ala sérvio Vladimir Radmanovic e da "segunda unidade", com os reservas Jordan Farmar, Sasha Vujacic, Luke Walton e Ronny Turiaf - turma que foi selecionada em posições não muito privilegiadas no recrutamento de novatos e apresentou rápido progresso.

Outra grata surpresa foi a evolução de Andew Bynum, que no começo da temporada foi duramente criticado por Kobe Bryant por sua falta de dedicação - o astro ficou ainda mais frustrado quando soube que o time se recusou a trocar o jovem pivô pelo armador Jason Kidd.

No entanto, a grande jogada dos Lakers na temporada foi a contratação do pivô Pau Gasol, campeão mundial com a Espanha. O astro vinha insatisfeito no Memphis Grizzlies e acabou envolvido em uma negociação que chocou a concorrência - o time californiano se reforçou sem perder nenhuma peça de grande valor. O técnico Gregg Popovich, dos Spurs, até reclamou que deveria haver uma intervenção da direção da liga contra a transação.

Outro grande mérito do Boston esteve no assistente-técnico Tom Thibodeau, guru de defesa de Jeff Van Gundy, ex-técnico de Knicks e Rockets. O profissional fez o time e seus operários crescerem na marcação, para formar a defesa mais eficiente do campeonato.

Pelo lado dos Lakers, mais uma vez funcionou a psicologia do "Mestre Zen" Phil Jackson, nove vezes campeão como técnico (seis pelo Chicago Bulls e três pelo Los Angeles). Em caso de triunfo na final de 2008, o comandante pode se isolar como treinador com mais títulos na Liga (hoje divide a façanha com Red Auerbach, mito justamente dos Celtics).

"Não existe comparação entre mim e o Phil. Somos como noite e dia. Ele já ganhou nove vezes e eu estou aqui pela primeira vez", diz Doc Rivers, técnico dos Celtics, que tinha anteriormente no currículo apenas um bom trabalho no Orlando Magic.


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