UOL Esporte Basquete
 
13/11/2009 - 07h05

'Esquecido' pela LNB, Nacional feminino começa assombrado pelo continuísmo

Do UOL Esporte
Em São Paulo

MAIS DO MESMO NO NACIONAL FEMININO

  • Indo para sua 12ª edição no atual molde da CBB, a competição brasileira teve o mesmo campeão nos últimos cinco anos. O pentacampeão Ourinhos vem provando a força do estado de São Paulo no cenário do basquete feminino brasileiro. O estado conta com oito dos 12 títulos nacionais e vem forte novamente para manter a hegemonia.

    Das oito equipes que disputam o Nacional feminino nesta temporada, nada menos que seis são paulistas: Catanduva, Americana, São Bernardo, Ourinhos, Santo André e São Caetano. As outras duas equipes são o Vasto Verde, de Santa Catarina, e o Botafogo do Rio de Janeiro, que volta ao basquete feminino nesta temporada.

    “Mantivemos a base do time. Além de atletas experientes, temos jogadoras juvenis e recém-chegadas na categoria adulta. Essa mistura será muito útil. A nossa filosofia continua a mesma: brigar muito pela posse de bola, defender forte do começo ao fim do jogo, dando tranquilidade ao ataque”, disse o técnico do Ourinhos, Urubatan Paccini, que já foi campeão com o time em 2008.

Apesar de ter os principais resultados da modalidade do país nos últimos anos, o basquete feminino ainda sofre dentro do território brasileiro. Diferentemente dos homens – que não vão para as olimpíadas desde 1996 – as mulheres não contam no momento com uma liga independente. Ainda organizado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB), o Nacional feminino começa neste sábado, assombrado pelo continuísmo e os problemas que vem marcando a modalidade nos últimos anos.

“O basquete feminino do Brasil está entre os quatro melhores no ranking da Federação Internacional de Basquete (Fiba). Nessa sua 12ª edição, a CBB em parceria com as federações e os clubes está empenhada em fazer uma excelente competição dentro e fora das quadra”, disse um empolgado presidente da CBB, o gaúcho Carlos Nunes.

Mas o primeiro problema enfrentado pelas meninas do basquete brasileiro é desorganização que provoca uma grande distância entre os campeonatos que acontecem no país. Em 2008, por exemplo, as jogadoras que atuam em clubes do estado de São Paulo e que não estiveram com a seleção brasileira na disputa dos Jogos Olímpicos de Pequim ficaram até 100 dias paradas entre o final do Estadual paulista e o início do Nacional.

Uma solução apontada pelas pessoas que fazem o basquete feminino do Brasil seria seguir o modelo dos homens. No final de 2008 foi criada a Liga Nacional de Basquete (LNB), que comandada pelos próprios clubes, montou o Novo Basquete Brasil (NBB), torneio que substituiu o Nacional masculino da CBB. Mas as mulheres ficaram de fora.

PRIMEIRA RODADA DA COMPETIÇÃO

11h00 Catanduva-SP x Vasto Verde-SC
17h00 Americana-SP x Botafogo-RJ
17h00 São Bernardo-SP x Ourinhos-SP
18h00 Santo André-SP x São Caetano-SP

No início da LNB, foi levantada a possibilidade de envolver também o basquete feminino para criação de uma liga independente, mas a ideia foi esquecida, pelo menos por enquanto. A própria ex-jogadora Hortência, atual diretora de basquete feminino da CBB, defendeu a proposta, mas não conseguiu colocá-la em prática até o momento.

“Está dando certo com os homens. Os times têm de opinar e se posicionar, pressionar. Não podem ficar pagando as jogadoras e não ter retorno”, disse a ex-jogadora Janeth Arcain, atual assistente técnica da seleção feminina e treinadora do time nacional sub-15. “O interessante seria que o Nacional tivesse pelo menos seis meses, é fundamental dar uma importância maior para ele.”

Para melhorar a situação, a CBB também aposta em encontros técnicos entre os times, como o que acontecerá nesta sexta-feira. “Temos de nos unir mais para crescer e fortalecer o basquete feminino do Brasil. Muitos técnicos só se falam momentos antes de um jogo. Isso tem de mudar. Com essas reuniões será possível caminhar pela mesma linha de trabalho. Por isso, queremos que esses encontros passem a ser periódicos”, afirmou a agora cartola Hortência.

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