Primeiro trabalho oficial da Rubén Magnano para a seleção brasileira será em duas semanas e já com uma viagem para os Estados Unidos. Visando conhecer os principais jogadores que terá a disposição para o Mundial da Turquia, neste ano, ele vai conversar com os atletas que atuam na NBA: o armador Leandrinho, do Phoenix Suns; o ala-pivô Anderson Varejão, do Cleveland Cavaliers, e o pivô Nenê, do Denver Nuggets.
“Vou ficar nos Estados Unidos entre 5 e 15 de fevereiro para conhecer melhor e conversar com os três, e depois vou me preparar para ir para a Europa, principalmente Espanha”, explicou. “Eu preciso conhecer a população de jogadores brasileiros, primeiro daqui e depois de todo o mundo. Eles são a matéria prima do meu trabalho.”
Além de técnico da seleção principal e coordenador dos times de base, o vice-campeão mundial de 2002 e ouro olímpico de 2004 com a seleção argentina também vai comandar a escola de técnicos da CBB. “Vamos trazer os treinadores para palestras, para ficaram conosco em treinos e concentrações. Mas depois eles serão obrigados a repassar essas informações para técnicos de suas regiões do país.”
Longe de uma Olimpíada desde 1996, em Atlanta, a seleção brasileira masculina de basquete deve sofrer um choque de gestão com a chegada do técnico Rubén Magnano. Isso porque o argentino deixou claro, logo em sua apresentação, que vai implantar a mesma linha dura que colocou no time nacional de seu país, onde trabalhou por 12 anos.
“Teremos regras e normal que todos terão de respeitar. Isso faz parte da disciplina que vamos implementar. A seleção brasileira passa poucos dias por ano junta, os jogadores precisam entender isso”, explicou o argentino em sua primeira entrevista no cargo
Essa postura até causou algum desgaste quando era técnico da seleção argentina, onde chegou a proibir conversas por celular durante as refeições. “Acho que em um regime de concentração para um torneio não há espaço para coisas mundanas, conversas com família, por exemplo, que podem atrapalhar. Eles também terão de estar sempre uniformizados. Temos de vender muito trabalho”, completou o técnico.
Essa mudança pode ser bem drástica para quem esteve no time de foi campeão na Copa América em Porto Rico, no ano passado. O técnico Moncho Monsalve, que comandou o time na conquista continental, era um pouco mais permissivo e as esposas dos jogadores puderam até mesmo ficar com eles no hotel.
Assim, de antemão, Rubén Magnano já deu seu recado e alfinetou possíveis reclamações vindas de atletas. “Acho que um jogador que fala – ou reclama – que um técnico trabalha muito, não passa por um bom momento. Ele está atentando contra o seu próprio crescimento individual ao falar isso.”
“Sei que tenho um compromisso, não só com a seleção principal, mas com as de base também, de resultados imediatos. Vamos conseguir isso com disciplina, respeito e trabalho. Temos de começar agora para chegarmos a uma medalha nas Olimpíadas de 2016, que é nossa principal meta. É algo desafiante e que me enche de orgulho”, completou.
Magnano também falou sobre ter de trabalhar com estrelas de grandes times da NBA e da Europa. Ele disse não estar preocupado com precisar trabalhar o ego desses atletas. “Pelo o que já vi, tenho certeza que eles chegarão com muito compromisso. Sei do que são capazes de dar pela seleção. Mas eles terão de estar cientes que podem ter de baixar o nível individual para jogar pela equipe, não só pelo nome que eles têm.”
Um dos grandes nomes brasileiros na NBA, Leandrinho comemorou a chegada do treinador argentino à seleção. "Rubén Magnano dispensa comentários, é um treinador vitorioso, campeão olímpico, vice-campeão mundial, um líder e que seja muito bem-vindo ao basquete brasileiro", elogiou o armador do Phoenix Suns.
"Vamos trabalhar forte para ir bem no Mundial da Turquia e no Pré-Olímpico do ano que vem. Estamos passando por um ótimo momento no nosso basquete e a chegada do Magnano só aumenta a confiança e a certeza de que estamos no caminho certo", continuou Leandrinho.
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