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26/01/2010 - 07h01

Brasileiros culpam calendário e viagens por decepção na Liga das Américas

Daniel Neves
Em São Paulo
  • Campeão anterior, o Brasília de Alex Garcia (foto) acabou eliminado eliminado na primeira fase

    Campeão anterior, o Brasília de Alex Garcia (foto) acabou eliminado eliminado na primeira fase

Os times brasileiros não foram bem sucedidos em suas participações em torneios continentais na temporada 2009/10. Assim como já havia ocorrido na Liga Sul-Americana, as equipes do país ficaram longe da briga pelo título da Liga das Américas e não conseguiram repetir o ótimo desempenho do país no ano anterior.

A Liga das Américas contou com quatro representantes brasileiros. Campeão da edição anterior, o Brasília teve a companhia de Flamengo, Minas e Joinville. As equipes do país, porém, amargaram derrotas na primeira fase e sequer conseguiram a classificação para o Final Four.

A campanha ruim no torneio foi similar à obtida na Liga Sul-Americana, competição que contou com três equipes brasileiras. Flamengo e Brasília caíram na primeira fase, enquanto o Minas – que recebeu um dos grupos em Belo Horizonte – avançou ao Final Four como o melhor segundo colocado. A equipe mineira, porém, perdeu todos os seus jogos na fase decisiva.

O técnico do Flamengo, Paulo Chupeta, acredita que um dos motivos para o desempenho ruim foi a diferença de calendário do Brasil para os demais países. “Enquanto os times brasileiros estão em início de temporada, ainda se acertando após contratações, as equipes argentinas estão a todo vapor em sua liga nacional”, disse o treinador.

A disputa dos torneios continentais complicou a vida dos brasileiros no Novo Basquete Brasil (NBB). As equipes tiveram seus jogos pelo torneio nacional remarcados em função de sua participação nas competições internacionais.

BRASILEIROS NA LIGA DAS AMÉRICAS

Brasília Flamengo Minas Joinville
70 X 73 Peñarol 81 x 66 Capitanes 75 x 82 Quimsa 71 x 72 Obras Sanitárias
86 x 74 Colon 73 x 76 Halcones Rojos 86 x 87 Soles 72 x 100 Halcones Xalapas
99 x 98 Cordoba 69 x 77 Espartanos 85 x 110 Atenas 98 x 88 Malvin

“Os técnicos ficam com a cabeça a mil. Não podemos abrir mão do NBB, que é classificatório para os torneios internacionais do próximo ano. E temos que participar bem dessas competições, pois a cobrança é grande”, disse Chupeta. “Elas são de tiro curto, onde só se classifica um por grupo. E quando você volta sem a classificação, tem uma queda de rendimento, o time perde o foco”.

Outra dificuldade encarada pelos brasileiros foi a cansativa viagem para os locais de competição. Venezuela, México e Panamá foram os destinos de Flamengo, Joinville e Brasília, respectivamente. Já o Minas teve um deslocamento menor, mas foi obrigado a encarar a fanática torcida argentina.

“O voo teve muitas escalas e ainda atrasou. Demoramos quase 20 horas para viajar do Rio para a Venezuela”, contou Chupeta. “Tivemos problemas. O hotel ficava na praia, mas não tinha telefone, frigobar. Almoçávamos em um lugar, jantávamos em outro”.

O técnico do Joinville, Alberto Bial, também admitiu que sua equipe enfrentou uma viagem cansativa até o México. O treinador, porém, procurou minimizar os efeitos do longo deslocamento no resultado negativo obtido na Liga das Américas.

“Uma equipe de competição tem que estar sempre preparada”, disse Bial. “Ainda chegamos do México com o time “quebrado” e fomos jogar em Bauru pelo NBB. Mas isso acontece também ocorre no futebol. Por isso é importante ter um grupo forte, que suporte a longa carga de jogos”.

Apesar dos times brasileiros terem passado longe da disputa pelo título, Bial considerou positiva a participação do país nas competições continentais. Para o treinador, mais importante que os resultados foi o desempenho demonstrado pelos atletas dentro de quadra.

“A avaliação não pode ser feita em cima do resultado. É inquestionável que o basquete brasileiro deu um salto de qualidade. O Joinville evoluiu muito e ganhou experiência por ter participado da Liga das Américas. O fato de não ter conquistado o título não é motivo para preocupação”, disse Bial.

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