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Árbitros da liga espanhola de basquete convocam greve por melhores salários

Do UOL Esporte

Em São Paulo

06/05/2010 21h21

Os árbitros da ACB (Associação de Clubes de Basquete), da Espanha, se reuniram em assembleia na última quarta-feira e decidiram realizar greve a partir da 34ª rodada para pedir melhores salários e um contrato de trabalho, coisa que não existe na principal liga de basquete da Europa. Tiago Splitter, Marcelinho Huertas, entre outros brasileiros disputam a competição espanhola.

A decisão foi tomada de forma unânime por todos os oficiais presentes na assembléia. A liga espanhola negocia com árbitros de outros países para não interromper a competição nacional, que é uma das mais fortes do continente europeu. Segundo Felipe Llamazares, presidente da AEBA (Associação de Árbitros de Basquete Espanhol), tal atitude foi tomada sem o conhecimento dos grevistas.

“Nossa principal reivindicação é obter um marco jurídico trabalhista visto que não existem contratos. Estamos imersos em uma grande competição com grandes clubes e boas estruturas em que a ACB estabeleceu convênios com coletivos de treinadores, jogadores e médicos”, explica ao jornal Marca o presidente da agremiação, que vê sua categoria prejudicada e não reconhecida como um esportista profissional.

Para se ter uma comparação, um árbitro de primeira divisão da liga espanhola de futebol ganha, em média, seis mil euros por partida. Um árbitro da ACB pouco menos de mil euros. Outras categorias da ACB também são protegidas por salários mínimos. Segundo o jornal Marca, treinadores têm um salário anual mínimo de 150 mil euros, os médicos um mínimo de 60 mil euros e os árbitros não contam sequer com esse tipo de contrato.

A ACB se diz surpreendida com a reivindicação dos árbitros e lamenta que os árbitros usem uma medida de pressão como método de negociação de um direito que,de fato, seria um marco para a profissionalização da arbitragem na Espanha, mas só poderia ser aplicado na próxima temporada. “A proposta supõe um extraordinário esforço econômico dos clubes em um contexto de recessão e crise como o atual”, argumenta a Liga.