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Um ano e meio depois de deixar prisão, ex-velocista Marion Jones estreia na WNBA

Do UOL Esporte

Em São Paulo

15/05/2010 07h04

Marion Jones, a velocista que perdeu suas medalhas olímpicas por doping e ficou seis meses presa por mentir sobre o uso de esteróides, é a principal atração da temporada da WNBA que começa nesta sábado, nos Estados Unidos. No basquete, modalidade que já praticou na universidade, Jones aceitou ganhar o salário mínimo da Liga para ter oportunidade de “não desaparecer” no esporte profissional.

OS DOIS MOMENTOS DA CARREIRA DE MARION JONES

  • AP Photo/Lionel Cironneau

    Condenada por doping, a atleta teve que devolver as cinco medalhas conquistadas em Sydney-2000...

  • AP Photo/Sue Ogrocki

    Neste sábado, a ex-velocista estreia na WNBA para "não desaparecer" no esporte profissional

Elevada à condição de estrela do esporte mundial depois de conquistar três medalhas de ouro e dois bronzes nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, Marion Jones viveu o drama da perseguição por doping, a anulação de suas conquistas e a devolução das medalhas. Não bastasse o fracasso esportivo, a atleta foi condenada a seis meses de prisão por mentir durante investigações federais sobre o uso de substâncias ilegais em seus treinamentos.

“Esta é uma oportunidade de eu realizar um sonho. Uma oportunidade de eu dividir minha mensagem de esperança, de segundas chances. É uma nova parte da minha jornada”, afirmou a atleta em suas primeiras semanas de treinos com sua equipe, o Tulsa Shock, no ínicio de março deste ano. De volta ao esporte profissional um ano e meio depois de deixar a prisão federal do Texas, Marion Jones é, ao mesmo tempo, a maior incógnita e a principal atração da temporada da WNBA que começa neste sábado.

O basquete não é um esporte estranho para a ex-velocista, que já foi campeã nacional universitária atuando como armadora pela Universidade da Carolina do Norte, ainda em 1994. Contudo, aos 38 anos de idade, mãe de três filhos e afastada do esporte de alto nível, o seu desempenho ainda é incerto. Em seu primeiro ano na liga, Marion vai ganhar o valor mínimo pago para uma novata, cerca de US$ 35 mil dólares por ano. O dinheiro, entretanto é o que menos importa para a ex-medalhista olímpica neste momento.

“Eu fiz uma escolha de não desaparecer, de não me enfiar em um buraco, não ser uma ermitã, mas estar no estágio mais alto do esporte novamente e ter pessoas me julgando, me criticando, me assistindo e, quem sabe, isso os ajudará de alguma forma em suas vidas”, afirmou a jogadora que, apesar de novata, será a oitava jogadora mais velha da WNBA.

Mesmo com a idade, Marion Jones ainda sabe correr, e é justamente esta característica que garantiu sua vaga na equipe do Tulsa Shock. Seu treinador, Nolan Richardson, é adepto de um estilo de jogo dinâmico, que prevê uma defesa pressão quadra inteira e cestas rápidas. Não à toa, a estratégia foi batizada de 40 minutes of hell (40 minutos de inferno). Segundo o técnico, o método não podia ser mais adequado para uma ex-corredora de 100m e 200m rasos. “É só uma questão de afiar uma velha faca”, compara o treinador sobre sua nova armadora. “Ela ainda pode cortar se você afiar bem”.