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Especialista em longa distância, norte-americano ofusca astros em festa do NBB

Robert Day, do Uberlândia, foi eleito o MVP do Jogo das Estrelas do NBB. Norte-americano estava com a mão quente da linha de três pontos e acertou 12 de seus 15 arremessos de longa distância - Divulgação
Robert Day, do Uberlândia, foi eleito o MVP do Jogo das Estrelas do NBB. Norte-americano estava com a mão quente da linha de três pontos e acertou 12 de seus 15 arremessos de longa distância Imagem: Divulgação

Daniel Neves

Em Franca*

29/01/2011 14h43

Coadjuvante até mesmo entre os estrangeiros, Robert Day foi o grande nome da terceira edição do Jogo das Estrelas do Novo Basquete Brasil (NBB). Responsável pela vitória do combinado estrangeiro sobre os brasileiros, o norte-americano surpreendeu com aproveitamento inacreditável nos arremessos de três pontos e ofuscou os principais astros da liga nacional que participaram do evento.

Day estava com a mão calibrada neste sábado. Acertou 12 dos 15 chutes de três que arriscou, sendo 11 consecutivos. O desempenho fez com que o norte-americano terminasse com 50 pontos, fosse o cestinha do confronto e ganhasse o prêmio de MVP.

“Meu melhor desempenho em um só jogo são 13 chutes certeiros em 15, quando atuava no México”, contou Day, que mantém um aproveitamento de 43,64% em arremessos de três. “Foi ótimo [participar do Jogo das Estrelas]. É uma honra jogar com grandes nomes. Tudo isto é uma bênção”.

Os chutes de longa distância são a especialidade de Day. Criado em Portland, estudou e atuou pela Universidade Western Oregon, onde bateu recordes e ainda se graduou em Educação Física. Também acumula passagens por China e México, chegando a marcar 63 pontos no jogo em que obteve o melhor desempenho da carreira na linha dos três.

Apesar do desempenho destacado nos arremessos, Day nunca brigou por uma vaga na NBA. O ala chegou a treinar com o Portland Trail Blazers durante uma Liga de Verão, mas não recebeu convite para permanecer com a equipe.

“Tenho um amigo que é assistente técnico por lá, mas foi tudo informal, sem um contrato”, contou Day. “Nunca tive oportunidade, é uma liga difícil de entrar. É necessária uma junção de fatores, como conhecer as pessoas certas, estar no lugar certo, na hora certa”.

Morando no Brasil há poucos meses, Day tem aproveitado a tranquilidade da pacata Uberlândia e aguarda a chegada de sua esposa e seus três filhos, que virão para o país na próxima terça-feira. Até o mesmo idioma tem sido encarado com tranquilidade pelo ala, que busca similaridades entre o português e o espanhol aprendido por ele em sua passagem pelo México.

“Amo jogar no Brasil. As pessoas são maravilhosas, adoto meus companheiros de equipe. Todos se respeitam muito. Além disso, é uma ótima liga. Não tenho por que querer ir embora”, afirmou Day.

* Jornalista viajou a convite da organização do NBB