Numerologia 'dá errado', e Bábby amarga lesões e irregularidade com novo nome
Daniel Neves
Em São Paulo
28/04/2011 07h00
O pivô Rafael Araújo iniciou a atual temporada em busca de um recomeço. Após ano ruim, procurou um numerólogo e decidiu trocar de apelido e número de camisa em sua segunda passagem pelo Flamengo. Baby passou a ser Bábby, mas a mudança não impediu que as lesões voltassem a perseguir o jogador, que vive sua pior temporada no basquete brasileiro.
A temporada 2009-10 foi conturbada para Baby. Jogando pelo Paulistano, sofreu com lesões e ficou de fora dos playoffs do Novo Basquete Brasil (NBB) após contrair dengue. O pivô ainda foi afastado por indisciplina por beber cerveja no ônibus da equipe, ao lado de André Bambu. Contratado pelo Flamengo ao fim daquele ano, o pivô decidiu que era o momento de mudança. Foi quando ‘surgiu’ Bábby, que utiliza a camisa 66.
“Sou muito supersticioso. Tive um ano ruim e achei que era o momento de buscar uma coisa nova. Consultei um numerólogo e foi quando decidi mudar o nome e o número da camisa. Acho que é uma coisa boa, que só veio a dar certo”, comentou o pivô.
O apelido ‘Baby’ surgiu quando o pivô iniciava seu caminho no basquete, nas categorias de base do Corinthians. Com a camisa 55, fez carreira vitoriosa no esporte universitário dos Estados Unidos e atuou na NBA, onde defendeu Toronto Raptors e Utah Jazz. O número também foi usado em sua primeira passagem pelo Flamengo, em 2008, nas conquistas do NBB e da Liga Sul-Americana de Clubes.
Como Bábby e utilizando a camisa 66, o pivô voltou a conviver com problemas de lesão nesta temporada. Sofreu uma fratura na clavícula durante a fase classificatória do NBB, que o deixou afastado das quadras por duas semanas. Quando estava para retornar, sentiu um problema na coluna que o deixou ‘travado’ na cama e que fez com que o pivô desfalcasse o Flamengo nas quartas de final do NBB, contra o Limeira.
“Estou a base de remédios e injeções. O fisioterapeuta do Flamengo tem que vir até minha casa para três sessões diárias de trabalho. Estou andando igual a um caranguejo e mal consigo sair da cama”, contou Bábby. “Mas é algo que pode acontecer com qualquer atleta, é normal”.
DESEMPENHO DE BÁBBY NAS TRÊS EDIÇÕES DO NBB
2008-09 | 2009-10 | 2010-11** | |
Equipe | Flamengo | Paulistano | Flamengo |
Jogos | 35 | 16 | 24 |
Pontos* | 13,4 | 14,3 | 12,3 |
Rebotes* | 6,2 | 7,5 | 5,8 |
Assistências* | 0,9 | 0,6 | 0,6 |
Roubadas de bola* | 0,5 | 0,6 | 0,6 |
Tocos* | 0,4 | 0,4 | 0,1 |
- * Média na temporada
- ** Temporada em andamento
Dentro de quadra a mudança de nome e número também não surtiu o efeito esperado. Bábby segue como a grande referência do Flamengo no garrafão, mas amarga seu pior desempenho em três participações no NBB. Em 24 jogos, manteve médias de 12,33 pontos, 5,83 rebotes e 0,63 assistência. O pivô, porém, minimiza os problemas e afirma que as indicações de seu numerólogo foram benéficas.
“Não deu azar não. Todo atleta está sujeito a lesões como as que eu tive e acredito que estava em um bom momento antes de me machucar. Vou voltar ainda mais fortalecido e ajudar o Flamengo a dar muitas alegrias a essa torcida maravilhosa”, afirmou Bábby.