Moncho aponta evolução brasileira, mas vê classificação mais longe com desfalques
Ex-técnico da seleção brasileira, Moncho Monsalve acompanha de perto a luta do país para voltar às Olimpíadas. O treinador espanhol, que estará em Mar de Plata-ARG para assistir ao Pré-Olímpico das Américas, admitiu que o time nacional está mais bem preparado do que sob seu comando, mas que a busca pela vaga em Londres-2012 pode ser atrapalhada pelos desfalques.
BRASIL ENCARA 'PROVA DE FORÇA'
O Brasil inicia nesta quarta-feira a disputa da Copa Tuto Marchand, última etapa de sua preparação para o Pré-Olímpico das Américas.
Diante de Canadá, Porto Rico e Rep. Dominicana, os comandados de Rubén Magnano testam a força do elenco verde-amarelo contra aqueles que devem ser seus rivais diretos na briga por uma vaga nos Jogos de Londres-2012. A estreia será contra os canadenses, às 19h em Foz do Iguaçu.
“Certamente o basquete de Rubén [Magnano] é mais estruturado do que aquele que eu fiz naquele momento, tanto no Pré-Olímpico de Atenas como na Copa América”, disse Moncho, em entrevista ao UOL Esporte. “De qualquer maneira, cada técnico tem conceitos distintos de jogo. O importante é convencer os jogadores do que se está fazendo”.
Apesar da evolução sob o comando do técnico argentino, Moncho acredita que a ausência de vários jogadores importantes atrapalhará o Brasil no Pré-Olímpico. O espanhol evitou criticar as polêmicas dispensas de Nenê e Leandrinho, mas afirmou que os desfalques diminuem sensivelmente as chances brasileiras de classificação.
“É um tema delicado. Estava certo que Nenê não iria, mas me estranhou a renúncia do Leandrinho. Com a ausência de Anderson [Varejão], JP Batista e Murilo, o time fica sem seu potencial completo. Estou certo de que, com todos, o Brasil estaria em Londres”, afirmou Moncho. “Mas torço para que, apesar das ausências, a equipe chegue à final”.
Moncho Monsalve comandou a seleção brasileira por dois anos, conquistou a Copa América e disputou o Pré-Olímpico Mundial. O período à frente do time verde-amarelo fez com que o treinador espanhol criasse laços afetivos com vários jogadores brasileiros, amizade que foi mantida após sua saída da equipe nacional.
“Troco mensagens por email com os jogadores, especialmente com Marcelinho Machado e Guilherme Giovannoni”, contou Moncho. “Vi bastante pessoalmente o Marcelinho Huertas e assisti a várias partidas de atletas que atuam na Liga Espanhola, como Augusto Lima, Paulão Prestes, Caio Torres e Rafael Luz, ainda que sem nenhum contato direto”.
O treinador espanhol deixou a seleção brasileira no fim de 2010, após a entrada de Carlos Nunes na presidência da CBB. Moncho afirma manter ótima relação com o dirigente, mas não disfarça uma pontada de mágoa com outros dirigentes da entidade brasileira.
"Quem melhor pode responder sobre minha saída são os senhores Carlos Brunoro e Vanderlei Mazzuchini. Ao meu ver, não tinham confiança na recuperação de meu problema nas costas e queriam um técnico que vivesse os 12 meses do ano do Brasil, algo que não podia fazer por motivos pessoais e profissionais”, comentou o treinador.
Moncho não dirige uma equipe desde deixou o comando da seleção brasileira. O treinador quase tornou-se adversário dos comandados de Magnano no Pré-Olímpico, mas acabou preterido por Porto Rico.
“Estive muito próximo de treinar a seleção de Porto Rico, mas no final eles escolheram o Flor Melendez. Antes disto, havia acertado para treinar a Costa do Marfim no Campeonato Africano. Mas com a guerra no país não chegamos a assinar contrato”, disse Moncho.
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