Helio Rubens ataca de 'olheiro' no Pré-Olímpico e critica loucuras por astros da NBA

O técnico Helio Rubens aproveitou a folga de Franca no Campeonato Paulista e viajou à Mar del Plata para acompanhar os primeiros dias do Pré-Olímpico das Américas. Exercendo a função de ‘olheiro’, o treinador quer aproveitar o torneio para tentar reforçar seu elenco para a próxima temporada, mas descartou a possibilidade de trazer um atleta que atua na NBA.

“Preciso de um lateral mais alto, um ala-pivô. Mas eu não acho. Até acho, mas estão todos na NBA”, disse Helio, que descartou entrar em negociações com atletas da liga norte-americana. “Não temos condição para isso. Se a NBA confirmasse que não teria a temporada inteira, você até poderia tentar pegar uma empresa para bancar isso”.

Recentemente o Flamengo aproveitou a paralisação na NBA para repatriar o ala-armador Leandrinho e ainda fez uma proposta para contratar o pivô Tiago Splitter. Os gastos desenfreados para a contratação dos atletas da liga norte-americana foram criticados por Helio Rubens, que prevê problemas financeiros diante de tal ‘loucura’.

“É um perigo. Se for um negócio de pagar R$ 200 mil por mês e o cara jogar apenas três meses, qual time tem condição financeira para isso?”, comentou Helio. “No esporte você precisa criar raízes. Quando você cria raízes, tem um comprometimento maior. Também não sei qual a repercussão disso dentro do elenco. Eu ganho R$ 15 mil e vem um cara ganhando R$ 200 mil. Esse valor é maior que o salário do meu time inteiro”.

Helio Rubens permanecerá até o fim desta semana em Mar del Plata e pretende tentar a contratação do porto-riquenho Alex Galindo. O treinador manteve conversas com o técnico da seleção do país, Flor Melendez, e recebeu boas referências do atleta.

O treinador também aproveitou o período na Argentina para assistir à seleção local em ação. Mesmo impressionado com o grande desempenho apresentado pelos anfitriões nos dois primeiros jogos, Helio Rubens acredita ser possível que o Brasil bata os donos da casa no Pré-Olímpico.

“O Brasil pode ganhar da Argentina se colocar em prática o conceito defensivo. Este é o desafio. É o que está revolucionando o basquete em todo o mundo. Fazer uma cesta se tornou igual ao gol no futebol, uma explosão de alegria”, disse Helio. “A Argentina tem aquele padrão natural de obediência tática. É um conceito moderno de jogo. A exploração do talento individual acoplada à consciência coletiva”.