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Carinho e assédio argentino fazem Magnano viver dias de 'popstar' no Pré-Olímpico

Magnano conversa com imprensa argentina; assédio ao técnico tem sido grande - Daniel Neves/UOL
Magnano conversa com imprensa argentina; assédio ao técnico tem sido grande Imagem: Daniel Neves/UOL

Daniel Neves

Em Mar del Plata (Argentina)

06/09/2011 13h00

Ovacionado pela torcida, parado nas ruas, elogiado pelos principais veículos de imprensa na Argentina. Esta tem sido a rotina do técnico Rubén Magnano no Pré-Olímpico das Américas. No retorno ao seu país de origem, o treinador tem vivido dias de grande assédio em Mar del Plata e se tornou o integrante da seleção brasileira mais badalado no torneio continental.

Magnano é um verdadeiro popstar na Argentina. É só sair do quarto do hotel para ser parado por torcedores para fotos ou autógrafos. A imprensa do país também acompanha de perto os passos do treinador, que já concedeu diversas entrevistas aos programas esportivos locais.

Mas a maior prova de reconhecimento ao treinador tem ocorrido antes do início das partida do Brasil. Durante a apresentação da equipe verde-amarela, virou rotina Magnano ser ovacionado e ter seu nome gritado pelos torcedores que comparecem ao ginásio Ilhas Malvinas, que admitiu ter quase chegado às lágrimas com a homenagem.

“Não cheguei a chorar, mas estive perto. Te diria que estive a menos de um milímetro de cair uma lágrima”, disse Magnano. “Fiquei muito emocionado quando entrei na quadra sob aplausos. É um sentimento de muito orgulho, pois é uma coisa genuína, sem imprensa ou coisa intermediária. É o que fica para o esportista, porque o resultado é efêmero, vai embora muito rápido. O que fica é o reconhecimento”.


O carinho dos argentinos se justifica pelo trabalho vitorioso realizado por Magnano no comando da seleção do país. Com o treinador, a equipe nacional foi campeã olímpica em Atenas-2004 e conquistou o vice-campeonato mundial em 2002. Para os argentinos, algo que nunca será esquecido.

“O torcedor argentino de basquete sempre terá um respeito especial pelos jogadores que trouxeram tanta glória. O mesmo ocorre com Rubén Magnano. Ele levou um elenco de talento a ter uma identidade como equipe”, opinou o jornalista Hernán Sartori, do jornal Clarin. “Hoje a seleção tem um selo que a distingue, o sacrifício, o companheirismo, o esforço e o respeito. Magnano foi o técnico que cimentou esta base e o público argentino reconhece isto”.

Nem mesmo a mudança para o maior rival do país na América do Sul abalou o carinho dos torcedores locais pelo treinador. Os argentinos acreditam que o reconhecimento de todo o trabalho realizado pela seleção local está acima de qualquer rivalidade com o Brasil, equipe comandada atualmente pelo técnico.

“Temos uma gratidão muito grande por tudo o que Magnano fez pelo basquete argentino. O que ele fez estará para sempre gravado em nossa memória. O fato dele dirigir o Brasil não muda nada. Até porque, no basquete, a rivalidade não é igual ao futebol”, comentou Jorge Vital, gerente geral da Casa Argentina de Basquete, espaço montado durante o Pré-Olímpico que reúne informações sobre a história da seleção local.

Apesar de tanto assédio e carinho recebido na primeira semana de competição, Magnano fica em dúvida sobre como será a recepção no esperado confronto Brasil e Argentina, programado para a próxima quarta-feira, o primeiro do treinador contra seu país dentro do território argentino.

“Aí eu não sei. Te conto depois de jogarmos com a Argentina”, brincou o treinador. “Não vamos poder tirar essa rivalidade, essa questão folclórica que tem Brasil e Argentina. Dá um colorido à coisa. É incrível”.