A seleção brasileira que disputou as últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos inicia neste sábado o torneio que pode valer a quinta vaga olímpica. No Pré-Olímpico de Neiva, na Colômbia, as meninas do Brasil tentam igualar o feito do time masculino, que conquistou a vaga em Londres-2012 há duas semanas, na Argentina.
Atrativos para quem gosta de basquete não faltam: o Brasil estreia novo técnico (Ênio Vecchi), terá uma jogadora da elite da WNBA (a pivô Érika) e uma jogadora “alternativa” estreia na seleção com potencial para o estrelato (a ala-pivô Clarissa). O torneio, porém, não deve ser tão agitado quanto o masculino. Veja as principais atrações:
A ESTRELA
| A pivô Érika se consolidou, no últimos anos, como uma das principais jogadoras do mundo na posição. Na WNBA, teve médias de 12 pontos e 10,7 rebotes por jogo nos playoffs e exigiu que sua equipe, o Atlanta Dream, a liberasse para a seleção antes do fim da temporada. Mesmo assim, ela só se apresentou à seleção na Colômbia. Apesar de ser uma das veteranas da equipe, vai sofrer para se entrosar. “Sei da minha função dentro e fora de quadra. As meninas e a Hortência [diretora da CBB para o basquete feminino] me conhecem há algum tempo, e o que eu puder passar de orientação e experiência pode ter certeza que farei”, disse a atleta. |
"A única coisa que espero é sair com a vaga para as Olimpíadas. O resto não tem a mínima importância" | "A seleção de 2011 é diferente da que esteve no Mundial de 2010. O técnico é diferente, e é nisso que deve estar o nosso foco agora" | "O que mais quero é voltar a jogar no Brasil. Meu agente já está conversando para isso" |
A AUSENTE
| Se Érika bateu o pé para jogar o Pré-Olímpico, o mesmo não aconteceu com sua companheira no Atlanta Dream. Iziane pediu dispensa da seleção e ainda está nos EUA, defendendo a equipe na final da Conferência Leste da WNBA. |
ESTRELA ALTERNATIVA
| Em 2006, a pivô Clarissa impressionou no Nacional, com médias de 16,7 pontos e 12,1 rebotes pelo Fluminense. O desempenho ao invés de empolgar, gerava desconfiança: “É baixa”, “É gordinha”, “Jogar em time de menor investimento é mole”. Hoje, cinco anos depois, os autores de frases como essa se arrependeram. Aos 23, aprimorou a parte física, manteve a garra intacta, evoluiu em termos técnicos e se tornou uma das principais armas da seleção: “A Clarissa é a surpresa desse grupo. Ela pode evoluir, e queremos que isso aconteça cada vez mais”, elogia a ex-jogadora Janeth, assistente-técnica da seleção. |
“Nunca planejei muita coisa na minha vida. Até pouco tempo atrás eu acreditava que poderia seguir no atletismo e no basquete ao mesmo tempo. Sou meio desligada, então eu acabo não pensando muito no futuro” | “Em Portugal eu vi que poderia dar uma situação melhor para a minha família. Foi lá, longe da minha mãe e da minha avó, que passei a me cuidar mais, ter vergonha na cara mesmo, e a entender que tudo tinha um limite” |
TÉCNICO “IMPORTADO”
Quem vai comandar a seleção brasileira é o veterano Ênio Vecchi, que nunca tinha comandado um time feminino antes. Em sua primeira competição oficial, ele mesclou atletas experientes, como Adrianinha e Micaela, com revelações, como a pivô Damiris (melhor jogadora do mundial sub-19) e novatas na seleção, como a armadora Bárbara e a ala-pivô Clarissa. | |
O PRÉ-OLÍMPICO
Em Neiva, na Colômbia, só o campeão garante vaga para as Olimpíadas de Londres. Os outros três semifinalistas garantem vaga no Pré-Olímpico Mundial. Ao contrário do Pré-Olímpico masculino, no feminino não há “duas fases de classificação”. São cinco seleções em cada chave, e apenas as duas melhores se classificam direto para as finais. Semifinal e final são em jogo único. Na prática, pelo nível técnico muito mais baixo dos rivais, a disputa deve ficar polarizada entre Brasil e Cuba – a Argentina, terceira força, vai com um time mais jovem. |
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