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Depois de 12h, nova reunião da NBA termina sem acordo; negociação continua nesta quinta

Para Fisher, presidente do sindicato dos atletas, não houve avanços para o fim da greve - AP Photo/Frank Franklin II
Para Fisher, presidente do sindicato dos atletas, não houve avanços para o fim da greve Imagem: AP Photo/Frank Franklin II

Das agências internacionais

Nos Estados Unidos

10/11/2011 08h02

Os donos e o sindicato dos jogadores da NBA novamente ficaram reunidos por 12 horas em um hotel em Nova York sem que ambas as partes chegassem a um acordo para firmar um novo convênio coletivo.

Apesar do representante da NBA, David Stern, dar um ultimato aos jogadores para que ele aceitassem a oferta até às 19h da última quarta-feira, o sindicato rechaçou a ideia e ambas as partes concordaram em reunir-se novamente e seguir negociando.

Depois do fim da reunião, o primeiro representante a falar com os jornalistas foi Stern, que disse que haviam decidido parar os trabalhos e programar outra sessão para esta quinta-feira, a partir das 14h, quando seguiriam com as negociações.

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Atletas

A redução de 30% nos salários proposta pelos donos de franquias foi totalmente rejeitada pelos jogadores, que recebem em média US$ 5,7 milhões por ano. O aumento de receitas de transmissão no último ano é utilizado como argumento para rebater qualquer reajuste.
NBA e franquias

Cortar gastos é a ordem das franquias da NBA para a próxima temporada. De acordo com o comissário da liga, David Stern (foto), 22 dos 30 times estão no vermelho. O prejuízo em 2010- 2011 chegou a US$ 300 milhões, o que obrigou os proprietários a 'apertarem os cintos'.

“Não posso definir a situação com pessimismo ou otimismo porque ambas as partes vão continuar na mesa de negociação”, declarou Stern.

“Nada se decidiu na reunião de hoje”, afirmou Stern, que ainda reiterou que a proposta anterior dos donos feita ao sindicato aconteceu antes do final de semana passado e foi de 50-50 na divisão dos ingressos.

“Além de recuperar essas proposta terá que se falar de muitas outras coisas”, adiantou Stern. “Cada dia que perdemos de competição aumenta a necessidade de chegar a um acordo e ambas as partes reconhecem as causas dos danos que produzem”.

Stern afirmou que os donos não voltaram a proposta original de 47-53 no repasso dos benefícios até que não sejam concluídas as sessões de trabalho. “Nós estamos falando, mas ainda não tivemos êxito até o momento”, explicou.


Para Adam Silver, vice-comissário da NBA, os aspectos da competição são independentes dos assuntos econômicos.

Contudo, Derek Fisher, presidente do sindicato de jogadores, e base do time de Los Angeles Lakers, foi muito mais pessimista que Stern, quando se apresentou aos jornalistas e disse que não era capaz de elaborar alguns detalhes sobre um avanço significativo.

“Não podemos dizer que hoje fizemos progressos nas negociações”, comentou Fisher. “Mas ambas as partes fizeram concessões para seguir a possibilidade de seguir as conversas”, esclareceu.

Fisher reiterou que a posição dos jogadores é muito clara em torno da oferta do donos sobre o 50-50 no repasso dos ingressos. “Não entra dentro dos nossos números, mas está claro que se houvesse flexibilidade suficiente por parte dos donos, o acordo já estaria fechado”, valorizou Fisher. “Houve concessões, mas não o movimento econômico que necessitamos dos proprietários”, encerrou.

O diretor executivo do sindicato, Billy Hunter, admitiu assim como Fisher, que foram feitas concessões por ambas as partes para que as negociações continuassem por mais um dia.

A reunião, que acabou na madrugada em Nova Yor, foi a 123 realizada entre proprietários e sindicatos de jogadores para completar 152 horas de trabalho, enquanto a greve já dura 133 dias. Antes da reunião existia a esperança que as partes chegassem a um acordo, assim como aconteceu com a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), que também ficou o mesmo tempo paralisada.