Economista filho de asiáticos, Jeremy Lin tem antecessores de sucesso improvável na NBA
Nas últimas semanas, Jeremy Lin se tornou o xodó da NBA. Com grandes atuações, o armador, desconhecido do grande público até o começo do ano, conquistou os fãs desde que se tornou titular do New York Knicks.
Descendente de asiáticos, formado em Harvard e ignorado no draft (escolha de calouros) de 2010, o jogador não é o primeiro herói de roteiro improvável da liga. Outros jogadores que passaram em branco no recrutamento de calouros já obtiveram sucesso nas quadras americanas.
O crescimento de Lin na NBA foi coroado na noite da última terça-feira. Com uma cesta de três pontos, o armador deu a vitória aos Knicks contra o Toronto Raptors por 90 a 87 quando faltava apenas meio segundo para o fim do jogo.
Na mesma noite, o pivô Ben Wallace, que atua pelo Detroit Pistons, se tornou o não draftado que mais partidas completou na liga.
Lin já teve antecessores em sua posição, a armação. Sua equipe, o New York Knicks, também contou com outro xodó que não veio do draft, porta de entrada mais comum de jogadores para a NBA. Confira a seguir outros astros que pularam essa etapa e se tornaram heróis improváveis na liga americana.
PIVÔ "BAIXINHO" CONQUISTOU A LIGA COM SUA DEFESA
Ben Wallace é baixo para a posição de pivô. Com 2,06m de altura, o jogador foi visto com desconfiança pela NBA e não foi escolhido no Draft de 1996. Foi atuar na Europa e, com forte marcação, chamou a atenção de times americanos. O Washington Wizards, em 1996, foi o primeiro a dar uma chance a Wallace. Mas foi em sua primeira passagem pelo Detroit Pistons, entre 2000 e 2006, que o jogador brilhou. Com sua defesa, chegou a ter médias como 15,4 rebotes, 3,5 tocos e 1,8 roubadas de bola por partida e ajudou a franquia a ser campeã da NBA em 2004. Após passar por Chicago Bulls e Cleveland Cavaliers, voltou a Detroit e, na terça-feira, se tornou o atleta não-draftado com mais partidas na NBA: hoje, ele já tem 1.055 jogos. |
"REI DA DEFESA" NÃO PASSOU PELO DRAFT
Normalmente, bons defensores são ignorados no Draft se não forem também bons pontuadores. Foi o caso de Bruce Bowen, que não esteve entre os escolhidos em 1993. O ala teve de esperar até 1996 para receber uma chance do Miami Heat. Mas foi só em 2001, após passar por Boston Celtics, Philadelphia 76ers e novamente pelo Heat, que o jogador achou sua casa, o San Antonio Spurs. Na equipe, Bowen ficava sempre encarregado de defender o melhor jogador de perímetro adversário, o que lhe rendeu apelidos como “Rei da defesa”. Ajudou a equipe texana a ser campeã em 2001, 2003 e 2007 e virou ídolo – nessa temporada, a franquia imortalizará sua camisa. No entanto, sempre foi figura polêmica e, por às vezes confundir marcação com violência, nunca foi bem visto pelos torcedores de outros times. |
COLEGA DE POSIÇÃO DE LIN, ARMADOR CHEGOU AO TÍTULO
O San Antonio Spurs costuma se dar bem com jogadores que não passaram pelo Draft. Além de Bruce Bowen, o time teve também Avery Johnson, que hoje é técnico do New Jersey Nets. Depois de não conseguir uma vaga na NBA via Draft em 1988, o armador, que jogava na mesma posição de Jeremy Lin, resolveu tentar a sorte em ligas menores nos Estados Unidos. Deu certo e, já em 1988, Johnson foi contratado pelo extinto Seattle Supersonics. Passou também por Denver Nuggets, Houston Rockets, Golden State Warriors e Dallas Mavericks antes de encerrar na carreira, mas foi só Spurs que encontrou sucesso. Em 1999, armava o time que foi campeão da liga. Na carreira, Johnson tem 4.468 assistências pelos Spurs, número que, até esse ano, era o recorde. Mas Tony Parker superou a marca no último dia 4. |
ARMADOR PONTUADOR TINHA ESTILO SEMELHANTE AO DE LIN
David Wesley era um bom pontuador, mas era baixo para jogar de ala-armador. Por isso, foi deslocado para a armação, mesmo procurando a cesta antes da assistência. Apostando nesse estilo, o jogador foi ignorado no Draft de 1992, mas, no ano seguinte, recebeu uma oportunidade no New Jersey Nets. No Boston Celtics, franquia em que jogou entre 1994 e 1998, seu jogo começou a crescer. Mas foi no Charlotte Hornets que ele virou astro. Com seu estilo mais agressivo do que armador – chegou a ter média de 17,2 pontos por jogo, mas nunca superou as 7,3 assistências por partida – o “baixinho” de 1,85m mostrou que é possível um jogador desse estilo ter sucesso na NBA. Uma de suas armas era o arremesso de três: em toda a carreira, acertou 42,2% dos tiros que tentou. |
NOVA YORK JÁ TEVE OUTRO XODÓ
Depois de passar despercebido pelo Draft de 1988, John Starks foi contratado pelo Golden State Warriors, franquia que tem bom histórico encontrando jogadores deste tipo – curiosamente, foi a primeira equipe a dar um contrato para Jeremy Lin. E, assim como o descendente de asiáticos, Starks encontrou sucesso no New York Knicks, equipe em que jogou entre 1990 e 1998. Com a franquia de Nova York, obteve prêmios importantes: foi eleito o melhor reserva de 1997 e participou do All-Star Game de 1994. Fez parte do elenco vice-campeão da NBA no ano que atuou no Jogo das Estrelas, temporada em que teve as expressivas médias de 19 pontos e 5,9 assistências por exibição. Antes de encerrar a carreira, passou também por Chicago Bulls e Utah Jazz. |
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