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Com jogo único, final do NBB recoloca basquete de clubes na TV aberta após 15 anos

Brasília e São José fazem 1º jogo de clubes transmitido em TV aberta em 15 anos - Brito Júnior/Divulgação/LNB
Brasília e São José fazem 1º jogo de clubes transmitido em TV aberta em 15 anos Imagem: Brito Júnior/Divulgação/LNB

Daniel Neves

Do UOL, em São Paulo

01/06/2012 14h00

São José e Brasília decidem neste sábado, às 10h (horário de Brasília), o título da quarta temporada do Novo Basquete Brasil (NBB). Pela primeira vez na história, o torneio nacional será decidido em um único jogo, exigência feita pela Rede Globo para que a partida pudesse ser transmitida ao vivo na TV aberta.

DESTAQUES IGNORADOS POR MAGNANO

  • A decisão do Novo Basquete Brasil (NBB) entre São José e Brasília, neste sábado, em Mogi das Cruzes, é a oportunidade para três atletas ignorados por Rubén Magnano mostrarem valor.

    Destaques do torneio nacional, os armadores Fúlvio e Nezinho, além do pivô Murilo, ficaram de fora convocação para as Olimpíadas de Londres-2012 e contam com uma boa participação na decisão para minimizarem a frustração de terem sido preteridos pelo treinador.

Esta será a primeira vez em 15 anos que uma partida entre clubes de basquete é transmitida pela TV aberta. O último jogo televisionado ocorreu em 1997, no duelo entre Franca e Ribeirão Preto pelo Nacional masculino. Parceira comercial do NBB, a Globo exibiu as últimas duas edições do Jogo das Estrelas do torneio antes de se arriscar a mostrar ao vivo um jogo oficial.

A transmissão é encarada pela Liga Nacional de Basquete (LNB) como fundamental para a consolidação do NBB e para o resgate da modalidade, que perdeu o espaço de segundo principal esporte do país para o vôlei.

“É diferente por ser na Globo. O Brasil inteiro estará assistindo e a expectativa por ficar na história é muito grande”, disse o veterano ala Alex, do Brasília. “Para o jogador, [jogo único] não é o mais legal. Mas para quem investe no basquete é importante ter a marca na televisão, ainda mais em se tratando da Globo”.

A mudança para a final em jogo único foi anunciada  durante o Jogo das Estrelas de 2011. Na ocasião, o presidente da LNB Kouros Monadjemi admitiu que a entidade sentia a necessidade de privilegiar o lado financeiro em detrimento da questão técnica. Sem serem consultados, os jogadores procuraram evitar críticas públicas à decisão, mas assumiram a preferência por uma série decisiva mais longa.

“O ideal seriam pelo menos três jogos. Às vezes o time não está bem, a bola não cai”, disse o pivô Murilo, do São José. “Mas precisamos também olhar o lado da modalidade. A TV aberta comprou o jogo, o que pode fazer com que muitos meninos passem a conhecer e a jogar basquete. E da mesma maneira que dificulta para nós, dificulta para Brasília”.

A final do NBB conta com duas equipes de histórico distinto na competição. De um lado estará Brasília, atual bicampeão e que participou de todas as decisões do torneio nacional até agora. A equipe ainda conta com os badalados Alex, Guilherme Giovannoni e Nezinho, que ajudaram a seleção brasileira a conquistar a vaga nas Olimpíadas após 16 anos.

O adversário será o São José, grande surpresa da competição e que realizou a melhor campanha desta temporada. Até então, o time do interior paulista sequer havia chegado às semifinais do NBB nas edições anteriores. Neste ano, porém, contou com a liderança de Fúlvio e Murilo para liderar praticamente toda a fase classificatória e despachar nos playoffs equipes acostumadas às decisões, como Franca e Flamengo.

Uma das principais forças da campanha de São José, porém, não estará presente na final. Dono da melhor campanha como mandante, com apenas uma derrota em 19 jogos, o time do Interior paulista não poderá jogar no ginásio Lineu de Moura, que não atende às exigências da liga para receber a final do NBB. Apesar de ter a vantagem do mando de quadra, o time foi obrigado a transferir a partida para a cidade de Mogi das Cruzes.
 
“Se pudéssemos decidir em casa, nossas chances seriam maiores”, lamentou Fúlvio. “Tenho certeza de que nossa torcida vai lotar [em Mogi], mas não é a mesma coisa. Acaba não sendo um caldeirão, as referências da quadra são completamente diferentes. A gente trabalha a temporada inteira, matando um leão por dia... Mas paciência, isso foi acordado entre a liga e a TV antes do campeonato”.