Leandrinho promete virar 'bad boy' nos Celtics e minimiza concorrência: "vai depender de mim"
Após três temporadas frustrantes, Leandrinho espera construir um novo caminho na NBA. Um dos reforços do Boston Celtics, o ala-armador brasileiro atuará em uma nova posição em quadra e diz que pretende trocar até mesmo seu jeito ‘boa praça’ pelo estilo marrendo e ‘bad boy’ do elenco de sua nova franquia.
“Serei igualzinho a eles, estou no time deles agora. Agora estou do outro lado e tenho que fechar com os caras. Se tiver que fazer [provocar os adversários], vou fazer”, disse Leandrinho, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
O jogador brasileiro se mostrou satisfeito em defender um dos times mais tradicionais da NBA e acredita que, ao lado de astros como Kevin Garnett, Paul Pierce e Rajon Rondo, tem sua melhor chance de conquistar o título da liga profissional dos EUA. Mas, apesar do entusiasmo, Leandrinho admite que os Celtics não eram sua primeira opção para permanecer na liga norte-americana. Confira a entrevista:
UOL Esporte - Após atuar em três mercados menores, como está a expectativa de defender uma das equipes de maior tradição na NBA?
Leandrinho: Estou muito feliz. Sempre que saio na rua para fazer um exame as pessoas vêm e me dão os parabéns, desejam boa sorte. Estou muito feliz com essa contratação, está sendo legal para ambas as partes.
Você chega nos Celtics quase no fim da pré-temporada. Isso pode te prejudicar de alguma maneira? Como pretende fazer para recuperar esse tempo perdido?
Acho que não perdi muita coisa. Eu pego rápido o sistema de jogadas, o estilo de jogo, a adaptação e tudo mais. Teremos mais uma semana de treinamentos antes do início da fase regular no dia 30. Não acredito que isso seja um obstáculo. De pouquinho em pouquinho eu chego lá.
NÚMEROS DE LEANDRINHO NA NBA
TEMPORADA | JOGOS | PONTOS |
2003/2004 | 70 | 550 |
2004/2005 | 63 | 442 |
2005/2006 | 57 | 744 |
2006/2007 | 80 | 1444 |
2007/2008 | 82 | 1283 |
2008/2009 | 70 | 993 |
2009/2010 | 44 | 418 |
2010/2011 | 58 | 769 |
2011/2012 | 64 | 708 |
Chegou a temer não acertar com nenhuma equipe da NBA para esta temporada? Tinha outros planos caso não chegasse a um acordo?
Quem cuidou de tudo foi meu empresário. Tanto que me pediram para viajar rápido e tive que vir para cá no mesmo dia que fiquei sabendo do acerto. Não temi ficar sem equipe na NBA, as coisas acontecem naturalmente. Claro que, se não houvesse um acordo, jogaria no Brasil. Graças a Deus me contrataram e hoje aqui estou. Mas não seria um bicho de sete cabeças se não tivessem contratado, a vida continua.
Além da proposta dos Celtics, você estava negociando com outras equipes da NBA?
Estava negociando com os Lakers, estava bem próximo de acontecer. O problema é que eles teriam que mandar dois caras embora para ter espaço na folha salarial e só Deus sabe como isso iria que acontecer. Como não aconteceria tão rápido, meu agente conversou com Boston e vim para cá.
Você fechou um contrato mínimo para veteranos, com um ano de duração. Como encara essa redução salarial? Acredita que essa pode ser a última chance de mostrar seu trabalho e conquistar um vínculo mais longo na NBA?
Normal, na vida não existe a última chance. É mais uma chance que tenho de poder chegar. O que busco é ser campeão da NBA, não quero ser melhor do que um ou outro. O passado que tive aqui foi bom e todos sabem o que posso ajudar. É o mais importante.
Em Boston você encontrará alguns atletas da posição, como Jason Terry, Courtney Lee e Avery Bradley. Você teme ter seus minutos em quadra reduzidos?
Concorrência sempre existe em todas as equipes. Pode acontecer de ter poucos minutos, pode acontecer de ter muitos minutos. Vai depender de mim.
Acredita que será utilizado como ala ou na reserva de Rajon Rondo na armação?
Conversei com o Danny [Ainge, gerente geral dos Celtics] e ele disse que me quer jogando ao lado do Jason Terry. Eu trarei a bola e ele jogará na posição 2.
Nas últimas temporadas você não repetiu o bom desempenho de outros anos. O que deu errado para você nos Raptors e nos Pacers?
É tudo uma questão de adaptação. Fiquei muitos anos no Phoenix, às vezes você encontra um estilo de jogo diferente [em outras equipes] e a adaptação não é boa. A gente acha que não vai atrapalhar no resultado, mas querendo ou não atrapalha. O importante é estar aqui, em um bom time e que corre bastante, que é a minha função. Como o Danny Ainge quer que eu jogue na posição 1, vou atacar bastante a bola. Isso pode ser uma coisa boa. Vamos ver.
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Você é tido na NBA com um bom pontuador, mas foi para uma equipe reconhecida por seu forte trabalho defensivo. Como vai funcionar essa adaptação a esse estilo de jogo?
Não é uma coisa difícil. Aqui na NBA você é obrigado a saber defender, senão não terá espaço na liga. Vou me adaptar ao sistema deles e em termos ofensivos as coisas virão naturalmente.
Os Celtics são malquistos por alguns jogadores devido às provocações dentro de quadra, como ocorre com Kevin Garnett e Paul Pierce. Você é conhecido por ser uma pessoa ‘boa-praça’. Terá que mudar seu estilo?
Serei igualzinho a eles, estou no time deles agora. Quando estava do outro lado e jogava contra, pensava a mesma coisa [não gostava dos Celtics]. Agora estou do outro lado e tenho que fechar com eles. Se tiver que fazer [provocar os adversários], vou fazer.
Os Celtics contam com outro brasileiro, o pivô Fab Melo. Como você pode contribuir para a evolução dessa jovem promessa da franquia?
Vou tentar ajudá-lo da melhor forma possível. Como brasileiro, quero ver todo mundo bem. Sendo do meu país, é mais um motivo para apoiá-lo, mostrando o que é certo e errado. Ele terá vários jogadores experientes no time e acredito que vá aproveitar essa oportunidade para evoluir na carreira. Mas tudo depende dele, precisa querer ser um grande jogador. Potencial tem e ajuda também vai ter.
Lakers e Heat abrem a temporada como grandes favoritos ao título. Você coloca os Celtics nesta lista?
Podemos estar abaixo em termos de elenco, mas em termos de time podemos dar trabalho para Heat e Lakers. Isto saberemos com o decorrer das situações da temporada.
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