Ex-pivô Marta usa "cara de pau" por sucesso na política e mantém vaidade para "estar bem na fita"
Depois de se dedicar por alguns anos ao trabalho com crianças carentes de favela, a ex-jogadora da seleção feminina de basquete Marta Sobral agora adentra na política do esporte com a coordenação da futura secretaria de esportes da cidade de Santo André, no ABC paulista.
Há aproximadamente cinco anos, Marta começou na favela de Heliópolis (Zona Sul) um projeto chamado Lance Livre, que atende aproximadamente 1000 crianças de sete a 17 anos. A ideia não é necessariamente formar jogadoras para atuar profissionalmente, mas ajudar crianças a se socializarem por meio do esporte.
A ex-jogadora foi então convidada pelo prefeito da cidade, Carlos Grana (PT), que conhecia seu trabalho e já fez visitas a Heliópolis, para ocupar o cargo de diretora de esportes. Atualmente, os esportes estão integrados em uma secretaria única chamada Secretaria de Cultura, Lazer Esporte e Turismo.
Mas já foi pedido que Esportes seja desmembrado para uma secretaria única, com a coordenação de Marta. Fato que deve ocorrer nos próximos meses, sem data definida ainda.
Campeã do Pan de 1991, prata nos Jogos de Atlanta-96 e bronze em Sydney-00, a ex-pivô se disse muito empolgada para um novo desafio.
“O Grana reconheceu meu trabalho e me convidou. Fiquei muito feliz. Estou madura e experiente. Não estou sozinha e tenho uma equipe comigo e vamos dar certo. É um desafio novo e gostoso. Estou empolgada, mas não nas nuvens. Nosso objetivo é levar o esporte de Santo André até onde ele nunca deve sair, que é o alto escalão”, falou Marta, ao UOL Esporte.
Ela ressaltou seu jeito “cara de pau”, sem medo, para fazer pedidos às pessoas e obter recursos que ajudem a desenvolver o esporte da cidade.“Vamos fazer tudo com paciência e tempo. Eu sou cara de pau, bato na porta e peço socorro. Tem que ser assim, porque ninguém é que vai bater na nossa porta [oferecendo ajuda] Tem que correr atrás”, disse.
Marta assume direção de esportes em Santo André após anos com projeto social em favela; ex-atleta não abandona o estilo vaidoso que a marcou dentro das quadras
Vaidade e seleção
Nos tempos de atleta, a vaidade foi algo que sempre acompanhou Marta. Mudanças constantes de visual, batom, unhas pintadas, tatuagem e variados estilos de cabelo mostravam uma jogadora sempre preocupada com a imagem.
O estilo da aguerrida pivô rendeu até um convite para posar nua na da revista masculina Playboy em 1991, sendo uma das pioneiras entre esportistas mulheres.
Independentemente de não estar mais nos holofotes da TV como antigamente, Marta diz que não perde sua vaidade. “Quando você nasce vaidosa, morre vaidosa. Tem que estar se cuidando sempre. Sempre que posso estou bem na fita”, brincou.
Marta disse ainda que nunca foi convidada para executar um trabalho na seleção brasileira feminina e que confia no trabalho da ex-companheira Janeth nas categorias de base para o que o time volte a ser um dos tops mundial fomo fora em sua época.
“Tem coisas que só fazemos se convidados. Nunca fui convidada para nada que pudesse ajudar a seleção ou alguma outra entidade esportiva”, falou. “A gente precisava ter seleção de base, e a Janeth está fazendo isso. Tem que trabalhar com a base”, continuou.
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