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Fã de Pippen, Alex relembra 'aulas de defesa' da NBA e mantém estilo 'pitbull' até em jogo festivo do NBB

Maior marcador do Brasil, Alex teve "aulas de defesa" com Bruce Bowen em passagem pela NBA - NBA/Getty Images
Maior marcador do Brasil, Alex teve 'aulas de defesa' com Bruce Bowen em passagem pela NBA Imagem: NBA/Getty Images

Daniel Neves

Do UOL, em Brasília*

01/03/2013 06h00

Michael Jordan foi a referência para quase todas as crianças que gostavam de basquete nos anos 90. Mas não para Alex. Fã de Scottie Pippen, o ala do Brasília e da seleção brasileira adquiriu o gosto pela defesa, ganhou o apelido de ‘Brabo’ e se tornou a exceção em um país acostumado a cultuar ídolos ofensivos.

“Quando comecei, o que todo mundo via na NBA era o Jordan. Mas eu gostava muito do Pippen, tanto que a minha primeira camisa em Ribeirão Preto era a 33”, contou Alex. “No Brasil os ídolos sempre foram jogadores que pontuavam muito, como Oscar e Marcel. Muito bons ofensivamente e atrás 'nada'. Sempre gostei da parte defensiva e sabia que, como ninguém estava fazendo isso e eu tinha facilidade a mais, tentei aprimorar”.

Alex foi eleito o melhor defensor das quatro primeiras edições do NBB e caminha para seu quinto troféu. Diante do líder Flamengo, praticamente anulou o colega de seleção Marquinhos, que detinha média de 21,5 pontos por partida e anotou apenas sete sob a marcação do ‘Brabo’, com um chute de quadra convertido em 10 tentativas.

A seleção brasileira também se acostumou a delegar a Alex a inglória tarefa de marcar os melhores jogadores de seus adversários. Astros como Manu Ginóbili, Andrei Kirilenko e Carlos Arroyo foram alguns dos atletas da NBA que sofreram recentemente com a marcação do ala e viram seus números em quadra caírem drasticamente.

Além do interesse desde jovem, Alex credita seu crescimento como defensor à sua curta passagem pela NBA. O ala foi contratado em 2003 pelo San Antonio Spurs, jogou pouco devido à lesões, mas levou para o restante da carreira os ensinamentos adquiridos junto a alguns dos principais defensores da liga norte-americana.

“Quando quebrei o pé e fiquei um longo tempo fora, procurava muito o Bruce Bowen. Ele me passava dicas, dizia para procurar marcar olhando para as pernas, e não para as mãos”, disse Alex. “Até hoje costumo ver muitos jogos e não presto muita atenção na parte do ataque. Observo a parte defensiva, principalmente a defesa do San Antonio”.

Competitivo ao extremo, Alex admite ter dificuldade para entrar no clima festivo do Jogo das Estrelas, que tem sua quinta edição neste sábado, às 10h, em Brasília. Apesar de saber que precisa pegar ‘mais leve’ em quadra, o ala não quer saber de amolecer a marcação para os adversários no duelo entre atletas brasileiros e estrangeiros.

“Comigo não tem esse negócio de brincadeira não. O primeiro ano [deste formato, em 2011] foi muito frouxo, ano passado foi um pouco melhor. Claro que o torcedor quer ver enterrada, espetáculo, mas também quer ver competitividade. Você não precisa jogar muito sério como um jogo normal, mas não pode levar muito na esportiva. Tem que ter defesa, passar dificuldade para o adversário”, comentou o ala.