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Xodó do NBB é aposta do governo cearense para encarar eixo 'Calvin Klein'

Alberto Bial é idealizador do projeto Basquete Cearense e técnico do time sensação do NBB Imagem: LC Moreira/Divulgação

Patrick Mesquita

Do UOL, em São Paulo*

26/04/2013 06h00

Caçula no NBB, o Basquete Cearense realiza uma campanha acima das expectativas para qualquer iniciante em uma competição de alto nível. Nos playoffs logo em sua primeira temporada, algo inédito na liga, o time comandado por Alberto Bial pode avançar às quartas de final caso vença o Paulistano, em casa, na noite desta sexta-feira. Mas qual é a fórmula do sucesso dos novatos?

Parte da resposta pode ser dada pelo modelo de gestão do único representante nordestino na elite nacional. Apenas metade da verba gasta para manter o Basquete Cearense na competição é vinda do patrocinador, a Sky. A outra parte fica a cargo do Governo do Ceará, o que viabilizou o desenvolvimento do projeto, criado no fim de 2011.

“Eu acho importante que qualquer trabalho que envolva o esporte tenha uma parte do poder público junto com uma empresa privada. Os departamentos, equipamentos e infraestrutura de uma Prefeitura são fundamentais para que esse projeto ande. Tudo é com muita parceria para que as novas gerações venham com um Brasil mais legal”, defende o treinador e idealizador do projeto, Alberto Bial.

As palavras do já veterano técnico vão ao encontro com o pensamento do Secretário de Esportes do Ceará, Gony Arruda. De acordo com o político, que evitou falar nos números gastos com o projeto, o Governo tem o dever de ajudar e pensa que, dentro de algum tempo, o time pode andar apenas com dinheiro de patrocinadores privados.

“Quando você não tem o privado, o poder público tem que ser um indutor no processo. Temos que dar o pontapé inicial. Quem sabe no futuro, o Basquete Cearense se sustente sozinho”, analisa.

Gony Arruda justifica o investimento do dinheiro público ao dizer que o maior beneficiado com o Basquete Cearense é o próprio Governo, já que a modalidade teve um aumento significativo no número de praticantes. Além disso, existe um trabalho social feito pelos atletas para desenvolver o esporte na região. 

"Eles (jogadores) têm o compromisso de ir a uma cidade para falar com as crianças e servirem de espelho para as crianças. As escolinhas triplicaram a procura. O presidente da Federação Cearense disse que a pelada está grande, até mulheres começaram a jogar", conta. 

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Nós tivemos a ousadia de modificar a geografia do esporte brasileiro e sair do circuito ‘Calvin Klein’ do Sudeste

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Fato é que o desempenho tornou a equipe o “xodó” do povo cearense. O time conseguiu uma média de aproximadamente 1.900 pessoas por jogo apenas na primeira fase. Em fevereiro, a média do basquete chegou a ser superior a 160% em relação futebol estadual do Ceará.  Somados público e campanha, o Basquete Cearense começa a pressionar outros estados da região Norte/Nordeste a montarem equipes da modalidade e inflama os ânimos dos envolvidos no projeto.

“Tivemos a ousadia de modificar a geografia do esporte brasileiro e sair do circuito ‘Calvin Klein’ de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais”, afirma Gony Arruda. “Eu acho que o Governo está inspirando o Nordeste e as regiões com maior dificuldade. Repare que mostramos para o Brasil que nós podemos também e não apenas os estados do Sudeste.”

“Isso vai se multiplicar. Tem várias regiões se movimentando. Bahia, Pernambuco, Paraíba. É um caminho sem volta”, completa Bial. 

*Colaborou para esta matéria David Abramvezt, do UOL, em São Paulo.

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