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Dispensas, nervosismo e pontaria podem tirar Brasil do Mundial pela 1ª vez

Do UOL, em São Paulo

04/09/2013 05h59

A derrota para a Jamaica nesta terça-feira selou o maior vexame da história da seleção brasileira masculina de basquete. Com quatro derrotas e nenhuma vitória, o país foi eliminado na fase inicial da Copa América e não conseguiu a classificação direta para o Mundial da modalidade pela primeira vez. A vaga, agora, depende de um convite da Fiba.

Até então, apenas Brasil e Estados Unidos nunca haviam deixado de se classificar para o Mundial em 16 edições já realizadas. Bicampeão em 1959-63, a seleção verde-amarela possui larga tradição na competição, chegou a fazer cinco pódios consecutivos e sempre havia garantido sua vaga na quadra por ser uma das potências dominantes do continente.

A Copa América de 2013, disputada na Venezuela, mudou todo este panorama. A vexatória eliminação na primeira fase foi o resultado de uma equipe que sofreu com sete dispensas no período preparatório, mostrou instabilidade emocional durante toda a competição e não conseguiu encontrar um padrão tático.

CONFIRA O QUE NÃO FUNCIONOU PARA O BRASIL NA COPA AMÉRICA

  • DISPENSAS E AUSÊNCIA DE ATLETAS DA NBA
    Sete atletas convocados por Magnano pediram para não disputar a Copa América. Varejão, Leandrinho, Nenê e Marquinhos alegaram lesões. Tiago Splitter optou por tirar férias. Já Lucas Bebê e Vitor Faverani preferiram focar nas negociações com times da NBA. Com isso, o Brasil levou a Caracas um elenco esfacelado e não contou com nenhum atleta da liga norte-americana pela 1ª vez desde 2003.

  • GARRAFÃO ESFACELADO
    O garrafão brasileiro sucumbiu na Copa América diante das ausências de seus principais jogadores. Com cinco pivôs entre os ‘dispensados’, Magnano ainda viu Paulão Prestes ser cortado por lesão na preparação. Convocado de última hora, JP Batista não correspondeu. Caio Torres jogou no sacrifício com dores nas costas. Já Hettsheimeir mostrou-se sem ritmo após 1 ano na reserva do Real.

  • TIME NERVOSO E ABATIDO
    O psicológico da seleção brasileira mostrou-se abalado durante o torneio continental. Durante todo a competição, jogadores deixaram escapar nas entrevistas que o nervosismo e o abatimento do elenco foram fatores chaves para as derrotas. O próprio Rubén Magnano sucumbiu ao nervosismo, foi suspenso por brigar com a arbitragem e reclamou de um complô nos bastidores contra o Brasil.

  • 'PENEIRA' NA DEFESA
    Principal característica implantada por Magnano desde sua chegada, a defesa sólida não apareceu na Copa América. Sofreu diante de seleções medianas, permitindo alto aproveitamento nos arremessos dos rivais, e teve sua pior derrota desde 2003 ao perder por 29 pontos para o Canadá – diferença que nem mesmo os astros dos EUA conseguiram impor em dois duelos recentes com o Brasil.

  • PONTARIA RUIM
    Se a defesa não funcionou, o ataque conseguiu ir ainda pior. O Brasil voltou a apostar excessivamente nos chutes de três pontos e teve um desempenho pífio nos arremessos, com 22,4% de aproveitamento nas tentativas de longa distância e 47,3% nos chutes próximos à cesta.