Após vexame, reserva insinua crise interna na seleção: "Não convém soltar"
Daniel Neves
Do UOL, em São Paulo
05/09/2013 10h46
O retorno da seleção brasileira masculina de basquete após fiasco na Copa América foi marcado por uma declaração misteriosa do armador Rafael Luz. O reserva do time nacional deixou escapar que problemas internos atrapalharam o elenco, mas não entrar em detalhes sobre a suposta crise.
“São vários fatores que só nós jogadores sabemos e que têm um significado muito grande. Não é o momento de falar isso, tem que ficar dentro do grupo. O grupo sabe de tudo o que aconteceu e não convém soltar para todo mundo”, disse Luz.
“Acho que tem muita gente que fala sem saber o que acontece. Pessoal não acompanha nosso dia a dia e não sabe o que está acontecendo de verdade, as coisas que cada jogador está passando no momento. Muita gente acaba falando sem saber da realidade”, completou o armador.
Os demais jogadores da seleção, porém, negaram qualquer problema dentro do grupo. Veteranos como Marcelinho Huertas e Guilherme Giovannoni ressaltaram o bom relacionamento entre os atletas e atribuíram os resultados ruins à perda de confiança do elenco com a sequência de derrotas.
“Não tinha [problemas dentro do grupo]. Acho que a gente entrou em uma dinâmica de falta de confiança pelos resultados negativos do começo”, comentou Giovannoni. “É difícil apontar o que tenha faltado. São muitas variáveis e vamos tentar, com a cabeça mais fria, descobrir o que realmente aconteceu”.
“Nunca, jamais. Desde que eu cheguei à seleção, o único ano em que possa ter havido algum desentendimento foi em Las Vegas em 2007. Mas nos outros 10 anos nunca vi nada”, afirmou Marcelinho Huertas.
O técnico Rubén Magnano também afirmou não ter percebido um possível problema interno no grupo de jogadores. O treinador, porém, chamou atenção para uma crise de virose que deixou debilitados vários atletas. Larry Taylor, Alex, Cristiano Felício e Rafael Luz sofreram com diarreia e chegaram a entrar em quadra sem suas melhores condições.
“Não vi absolutamente nada de estranho, pelo contrário. O que vimos sim foi uma sensação de impotência para sair de uma situação negativa”, disse Magnano. “Pouca gente falou nisso [virose], mas nos afetou demais. Isso não é uma desculpa, mas quando um time está em uma situação limite, a ausência de dois ou três jogadores afeta realmente a produção”.