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Magnano vê críticos 'traíras' e rechaça demissão: "Não abandono o barco"

Magnano afirmou que segue no comando da seleção brasileira apesar da campanha ruim na Copa América - Martin Mejia/AP
Magnano afirmou que segue no comando da seleção brasileira apesar da campanha ruim na Copa América Imagem: Martin Mejia/AP

Daniel Neves

Do UOL, em São Paulo

05/09/2013 16h00

O fracasso na Copa América e a perda da vaga no próximo Mundial colocaram o técnico Rubén Magnano na ‘linha de tiro’. Duramente criticado por ex-jogadores, treinadores e imprensa especializada, o argentino se mostrou indiferente às reclamações e negou que vá deixar o comando da equipe verde-amarelo após o vexame em Caracas.

“São as mesmas pessoas que elogiaram meu trabalho quando nos classificamos para os Jogos Olímpicos. Sempre há pessoas que te beijam, abraçam e te dão parabéns quando ganha, mas quando perde, te viram as costas”, disse Magnano, durante o desembarque da seleção brasileira em São Paulo na manhã desta quinta-feira.

“É a CBB quem irá avaliar minha situação, sou funcionário da CBB. Se eles determinarem que não devo continuar, tudo bem. Mas não vou abandonar o barco por uma adversidade”, completou o treinador.

No período da tarde, após os questionamentos e declaração de Magnano sobre uma possível demissão do cargo de técnico da seleção, o presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Carlos Nunes, confirmou que o argentino continua no comando da equipe brasileira.

Convidado do Arena Sportv, o cartola comemorou o resultado de uma enquete feita no programa com os telespectadores, que opinaram pela permanência do treinador na seleção brasileira. "Fico contente com o resultado desta enquete, porque corresponde com o nosso projeto. O Magnano fica conosco até 2016 e, se possível, até mais", confirmou o presidente da CBB.

Campeão olímpico em 2004 e vice no Mundial de 2002, ambos com a Argentina, Magnano assumiu a seleção brasileira em 2010. O treinador mudou o estilo do time nacional, implementou um jogo coletivo e de defesa forte, e foi um dos principais responsáveis pelo retorno do Brasil às Olimpíadas após 16 anos de ausência.

Magnano dirigiu a seleção brasileira em quatro competições. Foi quinto colocado nas Olimpíadas de Londres-2012, com direito a jogos equilibrados contra as principais potências da modalidade. Sagrou-se vice-campeão do Pré-Olímpico das Américas, campanha que recolocou o Brasil nos Jogos. E ainda fez bom papel no Mundial de 2010, terminando na nona posição ao perder um emocionante duelo contra a Argentina nas oitavas de final.

A Copa América, porém, colocou em xeque todo o trabalho realizado pelo treinador até então. Sem apresentar um bom padrão tático, com problemas na defesa e no ataque, o Brasil perdeu os quatro jogos que disputou, com direito a reveses contra equipes fracas como Uruguai e Jamaica. Terminou em penúltimo lugar e deixou de conquistar a classificação para o Mundial pela primeira vez na história. A vaga, agora, depende de um convite da Fiba.

“Acho que o potencial de um time tem a ver muito com a qualidade, o talento, com o grau de comprometimento que se tem com o trabalho. Nós sabíamos que teríamos uma equipe com uma condição limite. Já fomos ao Pré-Olímpico de Mar del Plata com muitos pedidos de dispensa e ainda três ou quatro daquela equipe não estiveram aqui”, defendeu-se Magnano.

“Se não conseguirmos estar presentes no Mundial, é sem dúvida um passo para trás. Pessoalmente me sinto muito triste por não ter conseguido isso esportivamente. Agora tem que esperar esse famoso convite. Acho que o Brasil, pelo que fez nos últimos anos, ter terminado em nono o Mundial e em quinto nas Olimpíadas, tem chances”, completou.