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Com pivô da NBA, México evolui de convidado a finalista da Copa América

Pivô Gustavo Ayon, do México, disputa a bola com jogador da Argentina na semifinal da Copa América de basquete - Leo Ramirez / AFP
Pivô Gustavo Ayon, do México, disputa a bola com jogador da Argentina na semifinal da Copa América de basquete Imagem: Leo Ramirez / AFP

Do UOL, em São Paulo

11/09/2013 13h35

As dispensas de jogadores que estão na liga profissional de basquete dos Estados Unidos (NBA), como Anderson Varejão, Lucas Bebê, Nenê e Thiago Spliter, foi um dos temas mais polêmicos na preparação do Brasil para a Copa América de basquete de 2013. No México, um atleta tem mostrado a diferença que representantes da liga norte-americana podem fazer. Conduzida pelo pivô Gustavo Ayon, que defende o Atlanta Hawks, a seleção evoluiu de convidada a principal surpresa da competição.

O México decidirá a Copa América de basquete nesta quarta-feira, contra Porto Rico, em jogo agendado para começar às 18h (horário de Brasília). As duas seleções já estão classificadas para o Mundial da próxima temporada, que será realizado em Barcelona (Espanha). Argentina e República Dominicana, derrotadas nas semifinais, também conquistaram vagas no torneio de 2014.

Segundo colocado no Grupo B da primeira fase, o México liderou a etapa final da Copa América e bateu nas semifinais a Argentina de Luis Scola, maior pontuador do certame disputado na Venezuela. E se há um grande responsável por isso, ele se chama Ayon.

Ayon marcou 155 pontos na Copa América, apenas dez a menos do que Scola, e é o segundo maior cestinha da competição (média de 17,2 por confronto, enquanto o argentino tem 18,3). Além disso, o mexicano é o quarto colocado em rebotes (média de 8,4 por jogo) e o vice-líder em tocos (1,3 por partida).

Os números de Ayon na NBA são muito mais modestos. O mexicano tem média de 4,8 pontos e 4,3 rebotes por jogo na principal liga de basquete do planeta. Os recordes dele são 16 pontos e 13 rebotes em uma partida.

A evolução de Ayon da NBA para a Copa América é uma das chaves da ascensão do México. A seleção norte-americana foi convidada de última hora para a competição porque o Panamá teve problemas internos de gestão e foi descredenciado pela Fiba (Federação Internacional de Basquete).

A melhor posição do México na história da Copa América havia sido um sexto lugar na edição de 2003. Para chegar ao Mundial de 2014, portanto, a seleção norte-americana precisava de uma campanha histórica.

Foi exatamente isso que aconteceu. Depois de uma série de amistosos na América do Sul com uma equipe irregular, o México adicionou Ayon ao elenco e conseguiu a melhor participação do país na história da Copa América.

Com a classificação para a decisão, os mexicanos voltarão ao Mundial de basquete, competição que não disputam desde 1974. O maior feito dos norte-americanos na modalidade foi uma medalha de bronze conquistada nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936.

O adversário do México na decisão da Copa América será Porto Rico, que fez a melhor campanha da primeira fase (quatro vitórias em quatro jogos) e terminou o octogonal final na terceira posição.

Conhecida por jogadores habilidosos como JJ Barea e Carlos Arroyo e pela força fora do garrafão, a seleção de Porto Rico também tem como grande aposta um pivô. Um dos grandes destaques da equipe na Copa América tem sido Renaldo Balkman, que está no basquete do país-natal.

Balkman anotou um ponto a menos do que Ayon na Copa América de 2013 (155 a 154), mas disputou apenas oito jogos (o mexicano entrou em quadra nove vezes). Em média, o porto-riquenho é o maior cestinha da competição (19,3 por partida).

Além disso, Balkman tem participação fundamental na defesa de Porto Rico. O pivô tem 13 tocos (média de 1,6 por partida) e 23 roubos de bola (2,9 por jogo), números que o colocam na liderança das duas estatísticas na Copa América.