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Mortari agradece lobby de Oscar, mas ignora seleção em prol de bi mundial

Campeão mundial com o Sírio em 1979, Cláudio Mortari busca o bicampeonato no comando do Pinheiros - Reprodução
Campeão mundial com o Sírio em 1979, Cláudio Mortari busca o bicampeonato no comando do Pinheiros Imagem: Reprodução

Daniel Neves

Do UOL, em São Paulo

03/10/2013 06h00

Com 65 anos, o veterano técnico Cláudio Mortari ‘voltará no tempo’ quando estiver ao lado da quadra conduzindo os atletas do Pinheiros nesta sexta-feira. Comandante do único título mundial interclubes conquistado pelo país, o treinador volta a disputar a Copa Intercontinental à frente do Pinheiros, que enfrenta o bicampeão europeu Olympiacos às 20h (horário de Brasília), no ginásio José Correa, em Barueri.

“É uma oportunidade única e os jogadores têm que saber disso. A ansiedade, a expectativa e a preparação são as mesmas. Claro que a situação da parte técnica diferencia um pouco”, disse o treinador em entrevista ao UOL Esporte.

Mortari era o comandante do Sírio na conquista do título mundial interclubes em 1979, disputado no formato de pentagonal. O jogo decisivo ocorreu contra o KK Bosna, base da seleção iugoslava campeã olímpica no ano seguinte, e foi decidido apenas na prorrogação. A equipe brasileira venceu por 100 a 98 para ficar com o troféu.

Na ocasião, o Sírio era a base da seleção brasileira. Grandes nomes da história do time verde-amarelo, como Oscar Schmidt, Marcel de Souza e Marquinhos Abdalla, fizeram parte da conquista histórica.

O treinador ainda disputou outras quatro edições da Copa Intercontinental, torneio que foi considerado o Mundial de clubes entre os anos 60 e 80. Além do título em 1979, foram outras três participações com o Sírio, com direito a um vice em 1981, e outra com o Corinthians em 1986.

Situação bem diferente da vivida hoje pelo treinador. Se em 1979 o Sírio brigava de igual para igual com as potências europeias, o Pinheiros chega na condição de completo azarão contra o Olympiacos, atual bicampeão europeu e que conta com três atletas da seleção grega. O time brasileiro apresenta uma mescla de jovens atletas e jogadores rodados, mas nenhum nome de peso.

“São tempos diferentes, não dá para fazer uma comparação. Nós tínhamos a base da seleção brasileira, com Oscar, Marcel e Marquinhos. Hoje o caminho é termos consciência de nossas limitações e tentar atingir nosso máximo. Transpirar passa a ser muito importante”, afirmou Mortari.

Após o fracasso da seleção brasileira na Copa América, Mortari foi apontado por Oscar como o único treinador capaz de substituir o argentino Rubén Magnano no comando do time nacional. O veterano treinador agradeceu os elogios do ex-comandado, mas negou que tenha a pretensão de assumir a equipe verde-amarela no futuro.

“É algo muito positivo ser reverenciado por um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos. É um reconhecimento muito bom e fico envaidecido, mas o momento não é de falar em seleção. O Magnano está lá e temos que criar a situação necessária para o Brasil ser convidado para o Mundial”, comentou Mortari, que se recusou a avaliar o trabalho de Magnano à frente do time nacional.

A Copa Intercontinental será disputada em duas partidas, ambas em Barueri. Além do duelo desta sexta, Pinheiros e Olympiacos voltam a se enfrentar no domingo, às 11h30. Caso cada time vença um jogo, o campeão mundial será definido no saldo de pontos.