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Com show de armador, Sérvia bate França e pega EUA na final do Mundial

Do UOL, em São Paulo

12/09/2014 18h47

Os Estados Unidos são os favoritos, atuais campeões e foram espetaculares até aqui no Mundial de basquete. Mas há quem, no próximo domingo, queira acabar com a "festa" americana. É a Sérvia, que contou nesta sexta-feira com atuação magistral do armador Milos Teodosic, que já havia sido o melhor em quadra contra o Brasil, para bater a França por 90 a 85 na segunda semifinal da competição. Assim, os sérvios terão a missão sonhada por outras 22 seleções: encararem os melhores do mundo na final - e, quem sabe, destroná-los.

A vitória sérvia pode ser vista de três maneiras diferentes. A primeira, pela ótica brasileira: o Brasil, dessa maneira, acabou perdendo para quem terminará no mínimo com a prata, amenizando a derrota por 28 pontos nas quartas - mas também surge a "pulga atrás da orelha", já que o Brasil bateu a mesma Sérvia na primeira fase. A segunda, pela espanhola: favorita à final, caiu para uma França que não conseguiu assustar a Sérvia nesta sexta. Por fim, a própria sérvia: a seleção dos bálcãs teve primeira fase com derrotas para Espanha, França e Brasil; agora, bateu dois desses com facilidade e alcançou a sonhada decisão.

Fases do jogo: Desde o começo o ritmo da partida foi dado por Teodosic. Ele finalizou o jogo com 24 pontos, três assistências e 5 de 7 nas bolas de três. Mas houve algo no seu jogo que as estatísticas não marcam: a sua visão. Com passes espetaculares, fosse do perímetro, fosse após infiltrar, ele encontrava companheiro livres com extrema facilidade. Se os que recebiam não fizessem a cesta, achavam outro ainda melhor posicionado, graças à quebra de defesa proporcionada por Teodosic. Assim, no primeiro tempo, os sérvios abriram 4 pontos: 46 a 32.

Na segunda etapa, o ritmo começou a ser alterado por dois astros da NBA: Nicolas Batum, dos TrailBlazers, e Boris Diaw, campeão pelos Spurs. Com oito bolas de três do 1°, mais a classe nos passes do 2°, a França ficou apenas quatro pontos atrás quando faltavam cinco minutos. Começou, então, uma troca de ataques bem trabalhados e, faltando apenas 20 segundos, a vantagem sérvia caiu para apenas dois. Mas Huertel errou um lance-livre, Kalinic acertou dois em seguida e a vantagem voltou para quatro. Huertel errou novamente no ataque seguinte e a Sérvia garantiu o triunfo.

O melhor: Milos Teodosic - O armador sérvio dificilmente será eleito o melhor jogador do Mundial - a não ser que consiga uma história vitória sobre os EUA na decisão. Mas na fase de mata-mata teve três atuações dignas dos melhores jogadores da NBA. Aos 27 anos, leva seu país a uma melhora de posição em relação ao seu Mundial de estreia, em 2010, quando marcou cesta de três quase do meio da quadra para classificar os sérvios às semis. Agora, é o líder do time que está na final.

O pior: Gelabale - O ala francês fez um Mundial fraco, e enquanto esteve em quadra nesta sexta viu a França levar 11 pontos a mais do que fez. Não foi coincidência, já que forçou diversos arremessos e marcou mal os alas sérvios, como Bogdanovic e Markovic.

Momento chave: A França, que chegou às semifinais com defesa espetacular contra a Espanha, demorou muito para se adaptar ao jogo sérvio. Quando a Sérvia abriu 16 pontos, faltando pouco mais de 2 minutos para o fim do 2° quarto, a França colocou Nicolas Batum para marcar Teodosic, que até então passava fácil por Huertel. Foi quando o jogo ficou igual. Só não deu tempo para virar o placar - fica a dúvida: se a troca fosse feita antes, os franceses teriam vencido?

Para lembrar: A Sérvia - contando os resultados da antiga Iugoslávia, tem cinco títulos mundiais. É a maior campeã, à frente dos EUA, que têm quatro. Ou seja, a própria Sérvia poderá evitar que os EUA dividam o posto de principal campeão com sua seleção.

No Mundial de 2010, a Sérvia terminou em 4° lugar, após perder para a Lituânia na disputa de 3°. Mais do que isso, porém, os sérvios reclamam da semifinal ,na qual caíram para a Turquia. Segundo os sérvios, a arbitragem da partida foi duvidosa. Em lance capital da partida, por exemplo, um turco pisou na linha lateral - o que caracteriza fora - mas a arbitragem ignorou. A cesta foi feita e a Turquia venceu.

Os 39 pontos da França no último quarto igualaram o recorde de pontos na mesma parcial - em 2002, a Alemanha conseguiu a mesma marca.

A final entre EUA e Sérvia ocorre no próximo domingo, em Madri, a partir de 16h, com placar ao vivo no UOL Esporte. A disputa de 3° entre França e Lituânia ocorre no sábado, às 13h.