Ele começou no futsal, jogou até polo e agora é campeão mundial de basquete
Com pouco menos de seis anos, o pequeno George Chaia dava seus primeiros chutes na bola em um campo de terra batida no Tijuca Tênis Clube, na zona norte do Rio de Janeiro, e já se destacava em um campeonato de futebol tradicional na região. Aos sete, trocou o campo pela quadra e iniciou sua trajetória no futsal no Grajaú Tênis Clube, se transferindo para o Fluminense um ano mais tarde.
Ao mesmo tempo, Gegê, como já era chamado por amigos e familiares, treinava no time de polo aquático do Tricolor e dividia o tempo entre piscina e ginásio das Laranjeiras. E foi ali, entre um treino e outro, que, com 11 anos, tomou uma decisão que mais de uma década depois o levaria ao título mundial de basquete pelo Flamengo. Sim, de basquete. E pelo Rubro-negro mesmo.
Sem espaço no time pré-mirim de futsal, Gegê chegou em casa após mais um dia de horas de treinos e desabafou com a família. Não estava satisfeito com o fato de não jogar. “O técnico chamou os mais novos e disse que apenas os mais velhos jogariam naquele ano [2002]. Nunca gostei de ficar só treinando. Gosto de jogar, competir, vencer. Não queria mais aquilo”, relembrou.
Foi, então, que seu avô materno, Ivan, lhe deu uma sugestão que mudaria a vida e a carreira. “Enquanto meus amigos foram para Flamengo, Vasco e Botafogo procurando outras chances, meu avô me chamou e pediu que eu entrasse no basquete. Ele foi jogador e disse que eu gostaria do esporte. Foi o que aconteceu. Ainda bem. Foi a melhor escolha que eu poderia fazer”, disse o armador do Flamengo.
Semanas depois, Gegê retornou ao Tijuca Tênis Clube, onde era sócio, e iniciou a escolinha de basquete. Não demorou muito para que recebesse o convite para a equipe pré-mirim. Era apenas o início de uma trajetória que passou até pela Espanha – atuou pelo Torrejón por dois anos e meio – coroada no último domingo, na vitória do Flamengo sobre o Maccabi Tel Aviv por 90 a 77, com a conquista do título mundial.
A história movimentada e relativamente confusa com passagens por campos e piscinas é fácil de ser compreendida. Gegê é nascido numa família de esportistas. Além do avô basqueteiro, seu pai, também George, foi jogador de polo aquático, tendo disputado cinco mundiais da modalidade, e hoje é técnico do Flamengo. A irmã, Mariana, de 19 anos, é campeã brasileira sub-21 de vôlei de praia.
Estabelecido e realizado no basquete, o atleta de 23 anos nem pensa em novas mudanças. Além de comemorar o momento atual, Gegê só quer saber de mais conquistas nas quadras. A próxima ocorrerá na próxima semana, quando disputará uma série de amistosos contra times da NBA pelo Flamengo, nos Estados Unidos.
“Estou vivendo um momento muito mágico. Fui para a seleção brasileira este ano, ganhei um Mundial pelo meu time do coração, vou poder jogar em uma arena da NBA. Antes eu só via isso em videogame, agora estaremos lá. Só posso trabalhar ainda mais para aumentar essas conquistas”.
Encontro com Adriano
Antes, no entanto, Gegê terá que descansar. Com a “adrenalina a mil”, como o próprio descreveu, o armador não tem conseguido dormir desde a final do Mundial, no último domingo. De lá para cá, ele só quer saber de comemorações, churrascaria, entrevistas e até um encontro com Adriano na festa do título em uma boate no Rio.
“Estou precisando dormir de qualquer jeito. Estou virado direto. No domingo, saímos pra comer e comemorar, depois seguimos para a festa e só cheguei em casa às 6h. Olhei o celular, respondi cada uma das mais de 100 mensagens e, quando vi, já eram 9h da manhã de segunda. Estava na hora de sair de novo. Mas temos que aproveitar mesmo. O momento é único. É legal ser reconhecido até por pessoas que eu sou fã, como o Adriano. Só posso agradecer, principalmente ao meu avô por ter me colocado no caminho do esporte certo”, encerrou o polivalente, e agora campeão mundial de basquete, Gegê.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.