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Com ambiente a favor, Varejão ganha torcida e evita vaia que irritou Nenê

Luiz Gabriel Ribeiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/10/2014 06h03

A NBA desembarcou no Brasil pela segunda vez e teve um vitorioso em especial. Após triunfo apertado do Cleveland Cavaliers sobre o Miami Heat, por 122 a 119, Anderson Varejão era o jogador mais satisfeito. Não pelo desempenho individual ou coletivo, pela vitória na prorrogação ou pelos 14 pontos anotados em pouco menos de 20min em quadra. Era o tratamento recebido pela torcida brasileira que o orgulhava.

Com ambiente favorável desde que pisou no Rio de Janeiro, o camisa 17 dos Cavs esteve longe das críticas e evitou qualquer possibilidade de passar pelos mesmos problemas enfrentados pelo amigo Nenê em 2013.

Na última temporada, o pivô do Washington Wizards era o protagonista do NBA Global Games que veio ao seu país. Na partida contra o Chicago Bulls, entretanto, o atleta encarou sonoras vaias dos torcedores e deixou o Brasil irritado com a má recepção.

Nenê se viu em apuros pelas críticas recebidas por rejeitar convites para a seleção brasileira. O coro dos insatisfeitos com o atleta da NBA aumentou ainda mais após o ídolo Oscar atacar suas opções a respeito do time nacional. O desempenho ruim em quadra contra os Bulls também contribuiu para o ambiente negativo encarado por Nenê no Rio de Janeiro.

Com Anderson Varejão neste sábado, a história foi diferente. Mais solto e carismático em entrevistas que o amigo da NBA e empurrado pela exibição da seleção no Mundial deste ano – em que o Brasil foi sexto com as suas estrelas em quadra –, o pivô dos Cavs teve tudo ao seu lado no duelo pela pré-temporada da NBA.

Diante do panorama a favor, ele tratou de ganhar apoio da torcida desde o início ao liderar seu time nos primeiros minutos de jogo, ofuscando nomes como LeBron James e Kevin Love – o ala-pivô foi muito bem no período em que esteve em quadra e anotou 20 pontos para garantir melhor atuação que o brasileiro em todo o jogo.

“Em todos os eventos que participei da NBA sempre fui muito bem recebido”, comemorou Varejão, que se negou a falar sobre as vaias da torcida para Nenê em 2013. “Posso falar por mim. Não estava aqui e não sei como realmente foi, mas escutei algumas pessoas falando que parte da torcida vaiou. São águas passadas. O Nenê fez um ótimo trabalho agora na seleção, todos o aplaudiram de pé aqui no Rio. Está tudo resolvido”, finalizou o camisa 17.

Desde antes do duelo contra o Miami Heat começar, Anderson Varejão já trabalhava para garantir a torcida ao seu lado. O pivô foi muito aplaudido quando anunciado pelo sistema de som, mais que os astros LeBron James e Dwayne Wade. O brasileiro comandou a festa ao pegar o microfone antes do duelo iniciar e agradecer a presença dos fãs.

Em quadra, o capixaba de 32 anos também não decepcionou. Foram 14 pontos em uma noite que conseguiu levar vantagem sobre Chris Bosh, outro candidato a protagonista antes de o jogo começar. Varejão citou a sua atitude como importante para receber aplausos. “Joguei de forma agressiva, indo sempre para a cesta e buscando o garrafão. Dei sorte também”, completou.

A “sorte” estava mesmo ao lado do pivô, já que até quando não estava em quadra, Varejão teve seu nome gritado...