Space Jam inspirou pivô a enterrar. Hoje, ele é rei das cravadas no Brasil
Sucesso das telonas na metade da década de 1990, o filme Space Jam, com Pernalonga, Michael Jordan e monstros de outro planeta são os “responsáveis” por Lucas Cipolini ser o rei das enterradas no Brasil. Foi graças a animação da Warner, que tem como ponto central o basquete, que ele começou a gostar das cravadas, quando ainda era criança.
“Comecei a jogar basquete com 11 anos, na época em que o filme Space Jam estava fazendo sucesso. Eu via os monstros e o Michael Jordan enterrando e me dava muita vontade de fazer igual. Mas quando você está começando, não consegue enterrar. A tabela é muito alta e você só faz bandejinha. Na tabela profissional (a 3,05m de altura), só consegui enterrar quando tinha 15 anos. E peguei gosto”, afirmou Cipolini, que tem hoje 2,03m de altura.
Aos 28 anos, o jogador do Brasília possui um recorde do NBB. O pivô quem mais enterrou nas seis edições do torneio nacional. São 235 cravadas em 157 partidas, média de 1,5 por jogo. Nos últimos três campeonatos, terminou como líder da estatística e agora aparece na segunda colocação.
“Procuro fazer enterradas nos jogos sempre que posso, mas elas exigem muito da parte física, sei que não vai durar muito. Até por isso, pratico um pouco menos nos treinos para guardar para as partidas. Mas quando era moleque ficava enterrando direto”, contou o jogador, que é natural de Casa Branca, cidade do interior de São Paulo e joga profissionalmente desde 2005, quando tinha 19 anos.
“As enterradas marcaram minha carreira. No começo, era só isso que fazia, todo mundo só me conhecia pelas enterradas. Mas hoje consegui evoluir bastante e agregar novos elementos ao meu jogo. Mas eu adoro enterrar, isso me dá uma energia incrível na partida, aumenta minha motivação e dos meus companheiros e empolga a torcida. Também tira um pouco a moral do adversário”, afirmou o jogador, que tem média de 13,5 pontos em sua carreira no NBB.
E ele, de fato, conseguiu evoluir. Cipolini disputa o campeonato nacional pela quinta vez na carreira. Antes de chegar a Brasília para esta temporada, sempre defendeu o Uberlândia (MG). E nas últimas quatro edições, ajudou sua equipe a chegar aos playoffs, conseguiu um vice-campeonato (NBB5) e foi duas vezes selecionado para o Jogo das Estrelas.
Na última temporada, obteve seus melhores números na história da competição: 33,08 minutos, 17,24 pontos, 5,84 rebotes, com aproveitamento de 57,56% nas bolas de 2 pontos, 37,78% nos triplos e 74,45% nos lances livres.
Antes de se destacar no Brasil, Cipolini passou quatro anos vivendo, estudando e jogando nos Estados Unidos, mais precisamente no Havaí, onde defendeu a BYU Hawaii (entre 2006 e 2010). Na ilha americana, se formou em Educação Física e foi um dos destaques da segunda divisão da liga universitária (NCAA). Por três temporadas seguidas, foi eleito o melhor jogador da Conferência Pacwest.
“Foram anos que mudaram a minha. Ganhei uma bolsa de estudos por ser jogador de basquete e valeu muito a pena. Apendi muitas coisas, me tornei mais responsável. Era uma vida muito corrida. Treinava de manhã, estudava e ainda tinha de arrumar um tempinho para trabalhar e ganhar um dinheirinho para poder fazer coisas diferentes”, contou o paulista natural de Casa Branca.
Ciopolini viveu na principal ilha do arquipélago, Oahu, onde está localizada a capital Honolulu e as principais praias para a prática de surfe, famosas mundialmente pelas ondas gigantes. Mas o pivô não se arriscava no mar.
“Não sei nem nadar. Quando entrava na água, avisava para meus amigos que se vissem alguém com o braço levantado era eu me afogando (risos)” contou Cipolini, que também mudou de religião e passou a ser mórmon no último ano de faculdade.
Poucas chances na Seleção
Apesar do destaque que teve na carreira universitária e do que vem apresentando ao longo dos últimos anos no NBB, Cipolini nunca teve grandes chances para defender a seleção brasileira. Em 2008, integrou uma equipe no Campeonato Sul-Americano do Chile, quando o Brasil acabou em quarto. No ano seguinte, tinha grandes chances de jogar a Copa América de Porto Rico, mas semanas antes do início do torneio sofreu uma ruptura deligamentos no joelho direito enquanto representava a equipe nacional nos Jogos da Lusofonia, em Portugal.
Em 2010, foi campeão sul-americano novamente com a seleção B e em 2011 foi chamado pelo técnico Rubén Magnano para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (MEX). Depois não foi mais lembrado. Porém, isso não tira suas esperanças de estar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
“Como jogador, você sempre tem de pensar em seleção, se não acaba perdendo aquela chama. Mas não fico preocupado. Se meu nome aparecer, ficarei muito feliz. Mas sou ciente que minha posição conta com excelentes jogadores, como o Nenê, o Varejão, o Splitter”, disse.
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