Topo

Fora de combate, Varejão veste terno e gravata e vira conselheiro nos Cavs

Varejão - Divulgação/Cleveand Cavliers - Divulgação/Cleveand Cavliers
Varejão aparece em banner feito pelo Cleveland para promover a final
Imagem: Divulgação/Cleveand Cavliers

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

04/06/2015 06h00

Pela segunda vez em sua carreira, Anderson Varejão está em uma final de NBA. Mas se na temporada 2006/07 o ala-pivô estava ali dentro do garrafão brigando por cada rebote e dando seu máximo no revés do Cleveland Cavaliers para o San Antonio Spurs por 4 a 0, desta vez ele chega para a decisão da liga em uma função completamente diferente. Ainda em recuperação de uma cirurgia do tendão de Aquiles da perna esquerda, o brasileiro de 32 anos é uma espécie de conselheiro e motivador. Trocou também a camiseta e o short pelo terno e gravata.

Ao longo de todo o playoff, esteve no banco de reservas apoiando, dando dicas e incentivando seus companheiros. E não será diferente a partir desta quinta-feira, quando os Cavs começam a medir força com o Golden State Warriors em busca do primeiro título de sua história. O primeiro jogo da série em melhor de sete será às 22h (de Brasília), em Oakland.

“Não posso estar em quadra, então estou no banco, junto com o time, participando da maneira que eu posso. Tento passar tranquilidade aos mais novos, dando conselhos, porque foi isso que recebi dos veteranos quando eu cheguei e joguei os playoffs pela primeira vez. Meu papel hoje é esse no grupo, é a maneira que tenho de contribuir, incentivando, dando força, apoiando o time. É como posso ajudar”, disse em entrevista ao UOL Esporte.

Esta  postura do brasileiro tem sido exaltada pela imprensa americana. E ele é tão querido em Cleveland que uma foto sua aparece em um dos banners confeccionados pela direção dos Cavs para promover a final. O cartaz foi colocado na fachada da Quicken Loans Arena.


E apesar de não pisar em quadra para disputar uma partida desde o dia 23 de dezembro, quando sofreu a lesão em partida contra o Memphis Grizzlies, Varejão diz que não se sente frustrado por ficar fora de um momento tão especial do campeonato.

“Não dá para chamar de frustração. Com certeza, não. Seria egoísmo demais da minha parte. Claro que eu preferia estar lá dentro, em quadra, eu queria estar jogando, ajudando mais os meus companheiros e o Cleveland. Não foi uma opção, aconteceu a lesão e o mesmo apoio e força que todos me deram quando eu me machuquei estou tentando retribuir”, que poderá se tornar o segundo brasileiro a ser campeão da liga americana, repetindo o feito alcançado pelo compatriota Tiago Splitter no ano passado.

Caso o Cleveland seja superado pelo Golden State na decisão, a honraria caberá a Leandrinho. Algo que também é visto com bons olhos por Varejão.

“Já é certo que o basquete brasileiro vai ter um jogador campeão pelo segundo ano consecutivo e isso é muito bom. Não nos falamos há algum tempo em função dessa correria de pós-temporada. Claro que vamos nos falar quando nos encontrarmos, desejo sorte a ele (Lenadrinho). Ele fez uma excelente temporada. Que vença a melhor equipe das finais”, disse o ala-pivô.

Ao mesmo tempo em que está ali no lado quadra apoiando os companheiros, torcendo e sofrendo a cada cesta, Varejão não descuida de sua recuperação. Segue fazendo fisioterapia e atividades para o fortalecimento do tendão reparado em cirurgia dias após a grave lesão. “Tenho treinado muito, trabalhado bastante parte física, condicionamento, quadra... Tenho uma rotina por conta da lesão e não posso relaxar. Tudo está andando bem, caminhando para uma recuperação 100%”.

Apesar da evolução física nos últimos cinco meses, Varejão descarta por completo a chance de estar em quadra na decisão, como chegou a ser especulado no programa de rádio Hey Windy da ESPN, do jornalista Brian Windhorst, especialista no time de Cleveland.

“Não há uma previsão de quando vou estar liberado para jogar. Estou sendo avaliado a cada estágio da recuperação, tudo está indo muito bem, mas não posso ter pressa, tenho que estar 100% para voltar”, disse.

Mesmo confiante na conquista dos Cavs, Varejão sabe que a final será marcada por muito equilíbrio e um duelo pessoal entre o companheiro LeBron James e o armador Stephen Curry, dos Warriors.

"São duas equipes muito fortes, muito completas e que chegam com méritos nessa série final. Difícil falar em diferencial, ainda mais quando temos dois jogadores como LeBron e Curry liderando os times. Vai ser uma grande série, emocionante e equilibrada, com certeza, e vai vencer quem oscilar menos e souber trabalhar melhor os detalhes.