Topo

Após 9 anos, basquete 'volta para casa' com Mundial de clubes no Ibirapuera

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

25/09/2015 14h16

Palco da final da Copa Intercontinental entre Bauru e Real Madrid nesta sexta-feira e domingo, o Ginásio do Ibirapuera volta a receber uma partida oficial de basquete após nove anos. Desde a final do Mundial Feminino de 2006, em 23 de setembro daquele ano entre Austrália e Rússia, a arena não era usada para partidas da modalidade.

Um hiato que não condiz com a tradição do ginásio em ser a casa do basquete em São Paulo e no Brasil durante as décadas de 70 e 80. Para se ter ideia, nenhum atleta do Bauru teve a oportunidade de atuar no Ibirapuera. O único que já viveu esta experiência foi o técnico Guerrinha, de 56 anos, em seus tempos de jogador.

Foram vários os momentos históricos (para o bem e para o mal) no maior ginásio da capital paulistana. Relembre:

Invasão de quadra após título mundial inédito

Em 1979, o Sírio tornou-se o primeiro clube brasileiro campeão mundial. Na Copa Intercontinental de 1979, superou o Bosna (IUG) na decisão por 100 a 98. Uma das imagens mais marcantes daquela conquista é a invasão de quadra dos torcedores após o fim do confronto (no vídeo acima). Mais de 15 mil pessoas estavam presentes no Ibirapuera.

Real Madrid já foi campeão mundial no ginásio

Dois anos depois de ser campeão mundial, o Sírio teve a chance de ser bi atuando no Ibirapuera, em 1981. Mas o algoz foi o Real Madrid. Na decisão, fez 109 a 83. Destaque para a atuação de Delibasic, em 33 pontos. Hoje, 34 anos depois, o clube espanhol tem mais uma oportunidade de frustrar a torcida.

E teve mais Mundial de Clubes

Em 1984, São Paulo recebeu mais uma vez a Copa Intercontinental, com o Sírio novamente na disputa. Mas o time brasileiro não ficou perto do título no pentagonal. A taça foi parar nas mãos do Banco di Roma.

Parada obrigatória para a seleção brasileira

Há anos a seleção brasileira não joga no Ibirapuera e os atletas da atual geração nunca pisaram no ginásio para uma partida. Mas, nas décadas de 70 e 80, São Paulo era uma parada obrigatória para o time nacional.

"Sempre jogávamos aqui pelo menos um torneio por ano e as arquibancadas estavam sempre cheias", relembra o ex-armador Guerrinha, hoje técnico de Bauru.

Finais estaduais e nacionais eram praxe

Em sete edições até hoje, o NBB nunca teve nem uma partida sequer jogada no Ibirapuera. Mas, no passado, as grandes finais estaduais e nacionais aconteciam no ginásio. Sírio e Monte Líbano levavam multidões para os clássicos.

"Antigamente se fazia um final four para decidir o campeão e isso aqui lotava. Hoje, com a mudança de modelo e adoção dos playoffs complicou um pouco. E São Paulo também já não conta mais com um clube de peso", disse Guerrinha.

O basquete feminino também teve seus momentos de glória com clubes. Em 1994, o ginásio ficou abarrotado para a final do Campeonato Paulista entre Ponte Preta e Leite Moça, vencida pelo time campineiro por 115 a 96.

Mundial Feminino de 2006 teve zebra, goteiras e escorregões

A última competição de basquete no Ibirapuera foi o Mundial Feminino de 2006. E a imagem deixada não foi das melhores. Goteiras no ginásio causaram problemas e diversas jogadores escorregaram. Voluntários tiveram de secar o piso com toalha. Com a bola em jogo, a maior surpresa foi a derrota dos Estados Unidos para a Rússia na semifinal. As australianas acabaram com o título.