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Oscar Schmidt: "depois que descobri doença, vivo mais do que vivi antes"

Joel Silva/ Folhapress
Imagem: Joel Silva/ Folhapress

Do UOL, em São Paulo

20/03/2016 23h49

Em participação no quadro "O que Vi da Vida, do Fantástico neste domingo (20), o astro do basquete brasileiro Oscar Schmidt falou sobre vários assuntos: desde seu maior medo e a forma como encarou a carreira, passando pela conquista mais especial como atleta para ele, até a luta contra o câncer, o que tira de positivo de sua vida e o que pensa dela. 

"Vergonha de dançar eu tenho. Um grandão bobo no fundo da sala dançando, isso é uma violência", brincou, logo de cara, sobre seu maior medo.

"Mão Santa? Quanto mais eu treino, mais a minha mão é santa. A minha carreira foi assim: muito treino, muito jogo, minha esposa do meu lado sempre, em qualquer ocasião", enfatizou, mencionando a mulher, Maria Cristina Victorino Schmidt, que de tanto ajudá-lo a passar bolas nos treinos o fez escolhê-la para subir ao altar, relatou. 

"Dor e cansaço fazem parte do uniforme do atleta", voltou a falar sobre sua experiência profissional. E, em longa explanação, enfatizou a dedicação e disciplina que tinha como jogador de basquete. 

"Teve um episódio que eu joguei com a mão direita quebrada. Joguei bem, fiz mais de 30 pontos, meti a bola decisiva, mas uma tortura que cê não imagina, tanto que depois do jogo me engessaram e perdi quatro jogos, meus únicos na Europa em 13 anos de basquete. Mas não perdi nenhum treino.Esse negócio de 'não vou treinar porque tô com a mãozinha quebrada'. Treinei todos os treinos. Fiquei bom de esquerda de tanto que arremessei de esquerda", contou, orgulhoso, inclusive da realização do sonho de jogar pela seleção brasileira de basquete.

Como não poderia ser diferente, Oscar destacou a conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Los Angeles (EUA), em 1987, comandando aquela marcante vitória sobre a seleção da casa. "Foi o momento mais bonito da minha vida", exaltou.

Por fim, o ex-jogador falou sobre sua doença, a luta contra um tumor no cérebro. "Fiz 30 radioterapias, várias quimioterapias e faço até hoje, mas tô vivo, uma vida incrível. Depois que descobri essa doença, vivo mais do que vivi antes. Ou seja, a doença me ajudou", riu, esbanjando otimismo.

E finalizou com uma mensagem: "não brinque com a vida. Viva ela intensamente , naquilo que você puder. Se tem dez vidas, viva dez, se tem 20, viva 20, e se tiver muito, viva muito, porque ela é uma só e quando ela acaba, acabou."