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5 entraves que os Cavs precisam superar para forçar jogo final com Warriors

Embalado por LeBron James e Kyrie Irving, Cavs recebem Warriors nesta quinta (16) - Ezra Shaw/Getty Images/AFP
Embalado por LeBron James e Kyrie Irving, Cavs recebem Warriors nesta quinta (16) Imagem: Ezra Shaw/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/06/2016 06h00

Basquete é mesmo um esporte temperado a reviravoltas. Quando mais uma vez todos davam o Cleveland Cavaliers como “morto” nas finais da NBA, LeBron James e Kyrie Irving combinaram para 82 pontos fora de casa e botaram água no champanhe do Golden State Warriors, em Oakland, na última segunda-feira (13).

Nesta quinta-feira (16), as duas franquias voltam a se enfrentar no sexto jogo da série melhor de sete. Agora na casa dos Cavaliers, em Cleveland, na Quicken Loans Arena. Mais uma vez, será matar ou morrer para os Cavs, que perdem por 3 a 2 e viram no ano passado o rival levantar o troféu Larry O’Brien em seus domínios.

Para evitar nova frustração diante de sua torcida e forçar a realização da sétima partida contra os Warriors, contudo, os Cavs não poderão repetir erros recorrentes nas finais – e mesmo quando jogam em casa. Confira 5 entraves que o Cleveland terá de superar para vencer em seus domínios.

1 - Passividade de Love

Não é só devivo à média de 8,75 pontos que Kevin Love está deixando a desejar nas finais da NBA. Cotado entre o “Big Three” dos Cavs ao lado de LeBron James e Kyrie Irving, o ala-pivô não está provando em quadra o status que carrega além das quatro linhas.

Defensivamente, continua sendo presa fácil nas trocas de marcação decorrentes dos corta-luzes e tem mostrado pouca vitalidade nas partidas dos Cavs. Sem a agressividade que tanto pede o técnico Tyron Lue, Love não tem conseguido desenvolver seu melhor jogo, seja em torno do garrafão ou da linha de três, em meio à forte marcação dos Warriors. Terá de ser decisivo a partir de então para deixar boa impressão nas finais da NBA.

"Precisamos que ele seja agressivo. Na metade defensiva e na metade ofensiva da quadra, vá lá e impacte no jogo. Ele precisa tentar ser agressivo para nos ajudar a mandar esse duelo de volta para Golden State. Acho que ele está ansioso pelo desafio . Acho que ele está olhando para esse momento. Nós definitivamente precisamos dele. Ele é uma peça muito grande do nosso quebra-cabeça."
LeBron James, sobre Kevin Love.

2 - Inconstância de LeBron e Irving

Nas duas partidas vencidas pelos Cavs contra os Warriors até aqui, LeBron James e Kyrie Irving fizeram cada um mais de 30 pontos. Nas três derrotas na série, um deles ficou aquém do esperado. No primeiro jogo, LeBron terminou com 23 pontos. No segundo, Kyrie marcou apenas 10. E no quarto, com 34 do armador, o ala fez 25. Tais números não foram suficientes para liderar os Cavs à vitória.

Mais que números, trata-se também de postura. Nas duas vitórias contra os atuais campeões, a dupla dos Cavs forçou o jogo do início ao fim, pontuando bem em todos os períodos. Sem o protagonismo esperado por Love e com poucos pontos do banco, não tem sido suficiente a LeBron e Kyrie aparições esporádicas. Com 28 pontos de média na série, eles precisam dar show para sonharem com o título.

"No jogo 4, houve muitos erros que podíamos ter controlado no final. Rebotes de ataque, execução no ataque e na defesa. Temos que tentar manter o nível de ataque do último jogo e confiar na nossa agressividade."
Kyrie Irving, sobre a missão dos Cavs.

3 - Excesso de erros bobos

O Golden State é o time que mais gera erros não forçados do Cleveland. São nada menos que 15 erros bobos dos Cavs em média nas cinco partidas finais até aqui. O número é muito alto – ainda mais numa decisão de NBA. Na final da Conferência Leste, contra o Toronto Raptors, este número era de 12 bolas desperdiçadas.

Como os atuais campeões costumam jogar por vezes na “velocidade da luz”, como costuma dizer a imprensa americana, muitos destes erros dos Cavs originam contra-ataques mortais e muitos pontos aos Warriors. Houve partidas no confronto em que os pontos de contragolpe do Golden State após “turnovers” do Cleveland chegaram a quase 30. Errar menos e se concentrar mais, portanto, pode ser a chave da vitória para os donos da casa.

4 - Irregularidade da linha de 3 pontos

O aproveitamento dos Cavs da linha de três pontos é de 34% na final contra os Warriors. Este número era de quase 50% até as finais da Conferência Leste. Assim, a irregularidade nos chutes de longa distância tem sido uma das dificuldades dos comandados de Tyron Lue - muito em função da queda de rendimento de bons chutadores como ala-armador J.R. Smith e o reserva Channing Frye.

Na única derrota em casa, no jogo 4, por exemplo, os Cavs acertaram apenas seis bola de três em 25 chutes (aproveitamento de 24%) - enquanto os Warriors fizeram 17 de 36 (47%) na melhor partida de Stephen Curry na série. Um jogo antes, quando atropetou o rival por 120 a 90, a lógica se invertera: foram 12 bolas certas de três dos Cavs contra nove dos Warriors, especialista no fundamento. Superar a irregularidade de longa distância, dessa forma, é um dos caminhos do Cleveland para forçar o jogo 7.

5 - Baixa produtividade dos reservas

Uma das grandes pedras no sapato do Cleveland na série final é o baixo aproveitamento dos jogadores reservas, que até então vinham contribuindo com mais de 25 pontos em média nos playoffs. Contra os Warriors, os jogadores que saem do banco tem contribuído com apenas 16. Sabe qual a média dos reservas dos Warriors por partida? Quase o dobro: 31 pontos!

Na primeira partida da decisão, inclusive, o banco de Steve Kerr roubou a cena e protagonizou a vitória em noite pouco inspirada dos “Splash Brothers” – na ocasião, juntos, Curry e Thompson fizeram apenas 20 pontos. Nomes como Channing Frye, Mathew Dellavedova e Iman Shumpert precisam participar mais do jogo e produzir melhor saindo do banco. O único que tem se salvado é o experiente Richard Jefferson, que inclusive foi títular na ausência de Love, que perdeu o jogo 3 por concussão.