Ex-chefe do basquete brasileiro apoia suspensão: 'CBB está quebrada'
Durante 12 anos Gerasime Bozikis, o Grego, foi o presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Em 2009, deixou o cargo ao retirar sua candidatura no dia da eleição. Abriu espaço para Carlos Nunes, o atual mandatário, ocupar o posto. Desde então, assumiu a presidência da Associação Sul-Americana (Abasu), a vice-presidência da Fiba Américas e dois cargos em comissões da Fiba (Federação Internacional).
Com bom trânsito na alta cúpula do basquete mundial e também conhecedor da situação do basquete nacional, Grego não recebeu com surpresa a suspensão à CBB imposta na última segunda-feira pela Fiba. O cartola sabia que a decisão era uma questão de tempo e apoiou a atitude tomada
“Ninguém da Fiba quer o mal do Brasil. Por pior que pareça é uma atitude para ajudar e não piorar. Claro que é uma atitude antipática e drástica, mas mão tem outro jeito. A medida mais extrema seria a desfiliação da CBB, mas ninguém quer isso. Tem gente achando que a Fiba quer acabar com o basquete do Brasil, mas não tem nada disso. O país é muito importante e forte no cenário do basquete mundial em que pesem todos os problemas", disse Grego em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
“Mas era preciso dar um basta no que estava acontecendo e todo mundo dar uma acordada. Precisava algo assim de fora para sacudir. Agora está todo mundo apavorado... já deveríamos estar preocupados há quatro, seis anos”, completou Grego.
O cartola afirmou que não queria fazer comparações entre a sua gestão e a de Nunes, mas foi duro ao falar da atual situação vivida pela confederação, cuja as dívidas ultrapassam a casa dos R$ 17 milhões: "A CBB está quebrada".
Grego sempre foi muito criticado pois em sua gestão a seleção brasileira masculina não se classificou nenhuma vez à Olimpíada. Mas ele se gaba de não ter enfrentado situação semelhante à vivida atualmente, com problemas financeiros graves e até a desistência de competições como nos casos dos Sul-Americanos Sub-15 Masculino e Feminino.
“Fomos para a Olimpíada (de Londres-2012 e do Rio), e daí?. Não gosto de falar de passado, mas na minha administração a saúde financeira era boa. Não íamos à Olimpíada, é verdade. Mas nunca devemos um centavo e deixei um contrato de patrocínio quando saí (com a Eletrobras). Íamos a todas as competições, não deixávamos de participar de nenhuma. Mas fazer críticas não é elegante e não vai resolver", afirmou.
No próximo ano haverá eleição da CBB, mas Grego descarta de todas as formas a possibilidade de se candidatar. Se diz muito atarefado com as funções que ocupa atualmente e se vê muito mais apto a ajudar o basquete brasileiro com a sua influência na Fiba. Inclusive já se colocou à disposição para integrar uma força-tarefa que deverá ser criada.
"Sou membro da Fiba e estou à disposição. Com as ocupações que tenho posso ajudar bastante", completou.
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