Federação internacional propõe refundar CBB e une dirigentes contra ideia
A paciência da Fiba (Federação Internacional de Basquete) com os dirigentes do basquete no Brasil acabou. Após ter nomeado um interventor e suspendido por tempo indeterminado a CBB (Confederação Brasileira de Basketball), a entidade que comanda a modalidade em âmbito global começou a considerar a ideia de desfiliar definitivamente os brasileiros – a ideia foi publicada pelo UOL Esporte na última segunda-feira (26), no “Blog do Brito”. E a oposição à proposta, curiosamente, uniu situação e oposição do esporte nacional.
A ideia radical foi levada à cúpula da Fiba por José Luiz Saez, espanhol que a entidade escolheu em setembro para ser interventor na CBB. Ele avaliou que há um ambiente viciado entre as federações estaduais, que a dívida dos brasileiros está muito acima da capacidade de pagamento e que Carlos Nunes, atual mandatário da confederação, rechaça sair do cargo antes das eleições previstas para março.
Diante desse cenário, Saez sugeriu que a Fiba cancele a filiação da CBB e que articule a fundação de uma nova entidade para representar o Brasil. O último balanço financeiro da confederação nacional, referente a 2015, aponta dívida em torno de R$ 17 milhões.
A proposta não foi bem aceita por ninguém no Brasil. A atual diretoria, segundo apurou o UOL Esporte, tem restrição à atuação de um interventor e acredita que o melhor caminho é resolver internamente as questões da entidade. O grupo de oposição, por sua vez, acha que a ideia da Fiba pode complicar o processo de sucessão de Nunes.
“O espanhol não pode vir aqui e generalizar. Não pode vir aqui como uma pessoa de fora e dizer que todos os presidentes são iguais ao Carlos Nunes. É isso que ele está querendo dizer, o que é uma inverdade. Nós vamos mostrar para ele que temos competência e não somos assim”, disse Amarildo Rosa, presidente da Federação Paranaense de Basquete (FPB) e líder do grupo opositor.
A conta da oposição é que Amarildo tem larga vantagem para vencer o pleito de março. “Se a Fiba esperou três anos, por que não pode esperar três meses? Eu afirmo que vai esperar. Ela precisa. Não pode puxar o tapete ou rasgar o estatuto”, ponderou o candidato.
Os opositores enviaram duas cartas à Fiba com propostas que pretendem implementar na CBB se vencerem Nunes na eleição de março. Uma das mensagens foi mandada em setembro, e a outra em novembro. A entidade internacional chegou a responder dizendo que consideraria as ideias, mas fez isso de forma protocolar, sem estabelecer um cronograma para isso.
A falta de articulação com os dirigentes da Fiba é uma das principais reclamações que unem os dois grupos políticos que polarizam o basquete brasileiro atualmente. Relatos oriundos de ambos os lados dizem que Saez sequer visitou a sede da CBB no período em que esteve no país como interventor e que não se reuniu com nenhum presidente de federação.
Uma das premissas da Fiba ao nomear um interventor foi a criação de um levantamento sobre a real situação financeira e de gestão da CBB. Até agora, contudo, esses dados não foram apresentados.
Em novembro, a Fiba anunciou que a CBB havia sido suspensa – inicialmente, a pena tem vigência ao menos até 28 de janeiro de 2017. A punição foi baseada em “gestão temerária” e “falta de controle total do basquete”.
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