Fiba convida dirigentes para reunião a fim de "salvar o basquete do Brasil"
A Fiba (Federação Internacional de Basquete) resolveu fazer uma reunião para tentar “salvar o basquete do Brasil”. Foi com esse mote que a entidade enviou nesta quinta-feira (26) um e-mail de convocação a alguns dos principais dirigentes da modalidade no país, incluindo os dois candidatos à sucessão presidencial da CBB (Confederação Brasileira de Basketball). O encontro será realizado no dia 3 de fevereiro, na Suíça.
Além de Amarildo Rosa e Guy Peixoto, postulantes à presidência da confederação nacional – a eleição está prevista para março deste ano, ainda sem data estipulada –, a Fiba convocou Carlos Nunes (atual mandatário), Gerasime Bozikis (o Grego, ex-ocupante do cargo), Paulinho Villas Boas (ex-jogador que já trabalhou no Comitê Olímpico do Brasil e no comitê organizador dos Jogos Rio-2016), Horácio Muratore (presidente da Fiba América), Alberto Garcia (secretário-geral da Fiba América) e dois dirigentes ligados à LNB (Liga Nacional de Basquete): Luiz Fernando Rossi (presidente) e Kouros Monadjemi (diretor de relações institucionais).
Pela Fiba, participarão da reunião o secretário-geral Patrick Baumann e o espanhol Jose Luiz Sáez. A entidade se comprometeu a bancar custos de hospedagem e logística na Suíça, mas deixou as passagens aéreas a cargo dos convidados. O modelo já gerou reclamações - um dos convocados, ouvido pelo UOL Esporte, lamentou o alto custo envolvido na compra dos bilhetes internacionais a pouco mais de uma semana da viagem.
Na reunião, a ideia da Fiba é debater o caos que tomou conta do basquete no Brasil. A CBB foi suspensa em novembro do ano passado, por “absoluta falta de controle do esporte”. Na época, a entidade internacional nomeou Sáez como interventor e o incumbiu de avaliar a crise. Com base nisso, considerou a criação de uma força-tarefa, a nomeação de um conselho gestor para o período restante de Carlos Nunes e até a desfiliação dos brasileiros, com a consequente criação de uma nova confederação.
O período de suspensão da CBB serviu para desgastar ainda mais a atual gestão da entidade. Os clubes brasileiros (Bauru, Flamengo e Mogi) foram alijados da Liga das Américas e ficaram revoltados. Paralelamente, a confederação viu seu site ser suspenso por falta de pagamento e entrou em colisão com a LNB (houve troca pública de críticas e ameaças depois de a liga ter criado um tribunal próprio e independente). Além disso, encerrou parceria com o Banco Bradesco, que era o principal patrocinador da instituição.
Durante o período de suspensão, Amarildo Rosa chegou a procurar Guy Peixoto para tentar uma coalisão entre federações estaduais. A proposta do candidato era montar um plano de transição que garantisse a realização da eleição e pleitear na Fiba o agendamento do pleito para o primeiro dia de março.
O contato de Amarildo foi feito com Manoel Castro, ex-presidente da Federação de Basquete do Maranhão, candidato à vice-presidência da CBB na chapa de Guy. Castro rechaçou a ideia de uma reunião entre chapas, e a ideia foi abandonada.
A eleição presidencial, aliás, é mais uma demonstração da situação precária em que se encontra a CBB. A assembleia que definirá o próximo presidente será feita no Rio de Janeiro, sede da entidade, e os mandatários de federações estaduais, todos com direito a voto, já foram informados que terão de bancar o deslocamento até a capital fluminense.
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