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CBB instrui funcionários demitidos a buscar indenizações na Justiça

Segundo ex-funcionários, gestão de Guy Peixoto está atrasando pagamentos; CBB nega - Matheus Costa/Divulgação
Segundo ex-funcionários, gestão de Guy Peixoto está atrasando pagamentos; CBB nega Imagem: Matheus Costa/Divulgação

Demétrio Vecchioli e Leo Burlá

Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro

01/05/2017 16h41

Pelo menos uma dezena de funcionários da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) demitidos pela nova gestão da entidade no fim de março ainda não receberam os valores relacionados ao encerramento do vínculo empregatício. Três desses funcionários contaram à reportagem do UOL Esporte que foram instruídos pela própria CBB a procurarem a Justiça na tentativa de receber o que lhes é garantido pela legislação. A diretoria da CBB, porém, informa que pretende honrar as dívidas.

Esses funcionários demitidos em março eram ligados a Carlos Nunes, presidente que ficou dois mandatos no cargo e não tentou a reeleição. No fim de sua gestão, no fim do ano passado, a Federação Internacional de Basquete (Fiba) determinou a suspensão da CBB, em meio a uma enxurrada de escândalos.

Nunes deixou a CBB com uma dívida crescente e sem um patrocinador máster. Atualmente, a entidade se sustenta apenas com o patrocínio da Nike (que paga menos em anos que não têm Mundial ou Olimpíada) e com as verbas da Lei Agnelo/Piva.

Por conta dessa crise financeira, foi o COB quem pagou os salários de outubro a dezembro de 2016 na CBB. Em janeiro e fevereiro, foi instituído um teto de R$ 2,5 mil, para que nenhum funcionário ficasse sem salário. Em março, a nova diretoria da CBB pagou a diferença relativa a janeiro e demitiu parte da equipe. Três ex-funcionários contaram ao UOL, sob anonimato, que não receberam o salário de março.

De acordo com eles, a gestão do presidente Guy Peixoto tirou qualquer esperança de que os valores devidos sejam pagos agora, sugerindo que eles procurassem a Justiça, como já fez o técnico Rubén Magnano.

Em nota, a CBB negou. “Não é verdade que se tenha afirmado que os direitos trabalhistas não serão honrados. A verdade é que, diante do estrangulamento financeiro, estamos buscando alternativas que permitam honrar os compromissos trabalhistas o mais rapidamente possível”, comentou a entidade, por meio de nota.

A nova gestão da CBB ainda disse que encontrou “empregados com nível médio que ganhavam salários muito acima da média de mercado” e que iniciou “uma reforma para adequar o plano de cargo de salários à realidade financeira da CBB”.