Seleção para Americup o Brasil faz em casa. Pela primeira vez na história
Neste domingo (28), a seleção brasileira masculina de basquete encerra sua participação na fase de grupos da Americup contra Porto Rico, às 15h30, em Medellin. A partida marca o fim do primeiro teste da renovada equipe, montada apenas com jogadores que já disputaram o Novo Basquete Brasil (NBB) pela primeira vez na história.
Organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB) desde a temporada 2008/2009, o NBB viu quatro edições da Copa América, competição que passou a se chamar Americup neste ano, serem concluídas. Em todas elas, o Brasil teve ao menos três convocados que nunca haviam jogado na lida doméstica.
Em 2009, o Brasil foi campeão tendo em seu elenco Marcelinho Huertas, Anderson Varejão e Tiago Splitter, que nunca jogaram o NBB. Também faziam parte daquele elenco Jonathan Tavernari, Leandrinho e Guilherme Giovannoni, que só passaram pela liga brasileira posteriormente.
Em 2011, a seleção brasileira terminou a Copa América com a histórica campanha que garantiu a primeira classificação olímpica em 16 anos. Naquele elenco, além de Marcelinho Huertas, Augusto Lima e Tiago Splitter, que nunca jogaram o NBB, estavam Rafael Luz e Rafael Hettsheimeir, que só passaram pela liga brasileira anos mais tarde.
Na vexatória campanha de 2013, em que o Brasil perdeu as cinco partidas que vez e sofreu históricas derrotas para Uruguai e Jamaica, Huertas também estava no elenco, assim como Rafael Luz, Rafael Hettsheimeir e JP Batista, que só iriam jogar no NBB posteriormente.
Por fim, na Copa América de 2015, que terminou com mais uma campanha ruim da seleção, o Brasil tinha Augusto Lima, que nunca jogou no NBB, e Rafael Luz e JP Batista, que vieram jogar no país na temporada seguinte.
Agora, em 2017, todos os doze jogadores convocados já defenderam as cores de times brasileiros no NBB. Dez deles pertencem a clubes do país. As exceções são Bruno Caboclo, jogador do Toronto Raptors, e Georginho, que fez parte do elenco do Houston Rockets para ligas de verão da NBA e aguarda definição sobre seu aproveitamento durante a temporada regular.
Desde que foi confirmado como técnico da seleção para a Americup, César Guidetti colocou como meta aumentar a gama de possíveis convocados para competições futuras, já que o mesmo núcleo defende a equipe nacional há mais de uma década. Assim, o elenco tem média de idade baixíssima – são apenas dois jogadores com mais de 30 anos, contra sete de 25 ou menos.
"Os grandes destaques do Brasil ainda são os jogadores mais experientes, mas a meninada vem com força total. São privilegiados fisicamente, e agora vão ter essa experiência de serem protagonistas. São a realidade hoje", disse Fúlvio, armador de 36 anos de idade, o mais velho da seleção.
Em meio a tantos jovens, o jogador é um dos nomes convocados para ajudar os mais jovens com sua experiência, assim como os pivôs Rafael Mineiro, de 29 anos, e JP Batista, de 36. Seu papel de referência técnica já havia sido colocado à prova no fim de julho, quando Fúlvio foi o armador escolhido para instruir jovens de sua posição no primeiro Nike Elite NBB Camp.
"Eu adoro isso. O Camp do NBB foi uma experiência bacana, eu até queria que tivesse mais tempo. A minha função aqui é exatamente essa, ser um cara de experiência que dá tranquilidade para a garotada. É sempre bom ter alguém para segurar a pressão", declarou.
Fúlvio, Mineiro e JP são os três únicos jogadores da seleção brasileira que não disputaram a LDB, liga de desenvolvimento sub-22 do NBB que, além dos outros oito convocados, ajudou a revelar também Cristiano Felício, pivô do Chicago Bulls. Para o também armador Davi Rossetto, trata-se de uma prova do crescimento da liga.
"Mostra o tanto que nosso basquete evoluiu. Antes, era impensável pensar que jogadores de menos de 25 anos de idade poderiam representar o Brasil. Estamos no caminho certo", declarou o camisa 4 da seleção.
Neste domingo, contra Porto Rico, a seleção joga para dar a primeira prova de sucesso internacional da geração.
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