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"Superman da NBA" virou jogador problemático e chamado de "câncer" na liga

Dwight Howard durante passagem pelo Houston Rockets  - Andrew Richardson-USA TODAY Sports
Dwight Howard durante passagem pelo Houston Rockets Imagem: Andrew Richardson-USA TODAY Sports

Do UOL, em São Paulo

05/08/2019 04h00

Há 10 anos, se alguém perguntasse a qualquer fã da NBA sobre Dwight Howard, dificilmente ouviria alguma crítica. Apelidado de "Superman" naquela época, o jogador do Orlando Magic era visto como um substituto quase natural Shaquille O'Neal como pivô mais dominante da liga.

Carismático, campeão do torneio de enterradas de 2008 e principal responsável pela ida do Magic à final da NBA na temporada 2009, quando a equipe foi derrotada pelos Lakers, Howard tinha tudo para ser "o cara". Só que não foi.

Uma década depois, o jogador virou uma espécie de fantasma para os fãs e apontado por colegas como um "câncer" no vestiário.

A derrocada de Howard começou a ficar evidente quando o pivô foi para o Los Angeles Lakers, em 2012. O jeito que antes parecia "descolado" virou falta de compromisso na visão de Kobe Bryant. Companheiro de um dos maiores jogadores da história, o pivô foi acusado de ter uma mentalidade "pouco vencedora".

"Eu tentei ensinar Dwight, eu tentei mostrar a ele. A maior parte das pessoas acredita que vencer é ter um vestiário extrovertido, agregador, onde você é amigo de todos a todo momento. E acho que ele ficou desconfortável quando viu a realidade. Não acho que ele estivesse disposto a lidar com essa natureza desconfortável e combativa", analisou Kobe em uma entrevista concedida em 2015.

Em 2013, Howard foi para o Houston Rockets. Só que a relação com James Harden nunca foi fácil. De acordo com a imprensa norte-americana, os dois até tentaram ser amigos, mas o pivô foi apontado como um "câncer". De acordo com a ESPN dos EUA, os jogadores se viram obrigados a escolherem entre Harden e Howard.

Pouco tempo depois, foi a franquia que se viu obrigada a escolher. E o pivô foi trocado para o Atlanta Hawks, time de sua terra natal.

"As coisas começaram bem, mas não acabaram como queríamos em Houston. Eu tive que lidar com muitas coisas difíceis, muitas coisas sendo faladas publicamente sobre mim que não eram verdade. A coisa que mais odeio ouvir é que sou um câncer no vestiário, que quero dividir o time. Eu nunca fui assim", afirmou em entrevista à ESPN na época.

Em 2016, durante a coletiva de apresentação na equipe da Geórgia, o atleta chegou a chorar de emoção. "Acho que é uma benção poder jogar em casa. Quando eu era mais jovem, tinha camisas dos Hawks e agora vou jogar pelo time. É meio surreal", disse.

Só que o carinho durou pouco. Howard foi acusado pelos companheiros de "dar palestras" antes dos jogos, mas mostrar pouco empenho em quadra. O pivô também sofreu com lesões, o que atrapalhou o desempenho. Só que, curiosamente, ele foi trocado uma temporada depois. As informações na época foram de que o elenco comemorou a notícia de que ele havia deixado o time.

Howard ainda passou por Charlotte Hornets, onde não se encaixou e foi apontado como alguém "desagradável", e Washington Wizards, onde lutou contra uma grave lesão nas costas. Em julho deste ano, o pivô foi negociado com o Memphis Grizzlies, mas deve ser dispensado em breve e ficar sem time. Agora, aos 33 anos, o jogador diz que amadureceu e, na busca por redenção, afirma que não tem mais "ego".

"Eu não tenho um ego, isso morreu. Eu tive que morrer para mim para ser quem eu sou hoje", afirmou em julho deste ano em entrevista ao "The Athletic". "Eu posso ser uma criança em casa, com meus filhos, mas quando é hora do trabalho, do basquete não é hora de brincar. Eu tive que errar muito para aprender."