NBA veta artimanha em contrato de Nenê que pode chegar a R$ 40 milhões
A NBA vetou na noite de ontem (19) uma artimanha promovida pelo Houston Rockets no novo contrato do pivô Nenê Hilário. O acordo firmado beneficiava, em princípio, tanto a equipe quanto o veterano, que, segundo bônus previstos, pode embolsar até R$ 40 milhões na próxima temporada. A contrapartida para a franquia era a possibilidade de usar esse valor total em uma eventual troca de atletas durante o campeonato. Mas esse movimento foi brecado pela direção da liga americana depois de análise minuciosa.
Segundo o salário-base, Nenê ocuparia "somente" — para os padrões de NBA, claro — R$ 10 milhões da folha anual de pagamentos. Para comparar, é o mesmo time que adquiriu recentemente o armador Russell Westbrook com um contrato de R$ 158 mi pelo ano. Valor superior até mesmo ao de James Harden, a estrela da companhia, que tem R$ 155 mi previstos de remuneração para 2019-2020. E, sim, você leu essas cifras corretamente.
Caso queira usar Nenê como peça de troca durante a competição, seguindo seu plano original, somando bônus por metas contratuais, essa moeda valeria ao Rockets R$ 40 milhões para serem envolvidos em um grande negócio, ao invés dos R$ 10 milhões já garantidos.
A ideia seria basicamente inflar o valor do passe do brasileiro, para dar ao time mais condições de buscar reforços que possam fazer a diferença em sua busca pelo título. Na liga, em geral, para se fechar trocas, os salários dos atletas precisam ser equivalentes.
Essa bonificação, entretanto, não será contabilizada no caso de uma negociação envolvendo o pivô, conforme anunciou Tim Frank, porta-voz da NBA, na noite de ontem (19).
"O contrato recente do Houston Rockets com Nenê contém um bônus que o escritório da liga revisou para se assegurar que está de acordo com as regras da CBA (Acordo de Negociação Coletiva da NBA). Após esta revisão, a NBA e a Associação dos Jogadores chegaram a um acordo sobre o tratamento dos bônus na folha salarial: se negociado, as cláusulas de bônus não seriam inclusas", afirmou.
Agora, o Houston Rockets deverá pagar R$ 10,66 milhões de salário-base, o mínimo permitido para Nenê, veterano com 17 anos de experiência da liga. Há, no entanto, três extras registrados que podem elevar o contrato para R$ 40 milhões; tais objetivos seriam, teoricamente, palpáveis para o pivô brasileiro.
Segundo a ESPN, caso jogue dez jogos na temporada e o Houston alcançar 52 vitórias, Nenê receberá mais R$ 10,1 milhões como recompensa. Se chegar aos 25 duelos em quadra com os mesmos 52 triunfos, o brasileiro levará mais R$ 10,4 mi. Com 40 partidas e os mesmos 52 resultados positivos, a conta do pivô será abastecida com mais R$ 10,4 mi.
Como comparação ao último ano, em que Nenê perdeu espaço e minutos no Houston Rockets, o brasileiro receberia os R$ 40 milhões estipulados por ter disputado 42 das 82 partidas da temporada, com a franquia do Texas alcançando 53 vitórias, uma a mais do exigido no contrato.
Houston e Nenê firmaram acordo depois de o brasileiro rejeitar a renovação automática prevista no antigo compromisso. O camisa 42 se tornou um agente livre e chegou a declarar que o fim da trajetória na NBA estava próximo, em entrevista para a própria liga americana.
Entretanto, Rockets e Nenê chegaram a um consenso no início do mês, sem divulgarem a princípio os meandros do contrato que teve um aspecto vetado pela liga.
A divulgação por parte da ESPN dos Estados Unidos, no entanto, gerou questionamentos e movimentou o sindicato dos atletas e a própria direção da NBA.
Ontem (19), os dois decidiram vetar a negociação do Houston Rockets, que poderia receber um jogador com valor de mercado quatro vezes maior ao estipulado no salário-base do veterano brasileiro.
Lesões e idade derrubaram salário-base de Nenê
Apesar do respeito adquirido durante toda a trajetória na liga, Nenê sofreu muito com problemas físicos durante a carreira na NBA. O último grande contrato ocorreu na temporada 2016, a última no Washington Wizards, quando brasileiro faturou R$ 54 milhões na atual cotação. Foram cinco anos com esta quantia garantida por ano, quatro deles na capital americana e um no Denver Nuggets (2012).
Em Washington, os problemas físicos cresceram. Dos 328 confrontos possíveis pelos Wizards nos quatro anos de parceria, Nenê entrou em quadra 238 vezes. As lesões, consequentemente, tiraram espaço do brasileiro, titular apenas em 11 ocasiões nas 57 aparições com a franquia da capital em 2016.
Com menos espaço, Nenê acertou contrato de uma temporada com os Rockets no valor de R$ 12 milhões, recebidos integralmente em 2017. Nos dois últimos anos, o pagamento chegou aos R$ 15 milhões, ainda acima do contrato-base assinado neste mês pelo veterano de 37 anos com o time do Texas.
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