NBB não precisa mais de humanos para editar melhores momentos; entenda
Não tem editor de vídeo, ninguém corta os lances ou monta compactos: nesta temporada do NBB, o responsável por juntar os melhores momentos de todas as partidas é um programa de computador. O UOL Esporte foi conhecer o sistema, novidade no Brasil, que internamente é visto como fundamental para popularizar a liga.
Até o ano passado, o departamento de comunicação do NBB levava em média 12 horas para editar os melhores momentos ou montar o vídeo compacto dos jogos. Nas partidas noturnas, apenas no dia seguinte os vídeos eram publicados nas redes sociais ou enviados a parceiros. Com o programa contratado da WSC Sports, a edição virou automática e o prazo caiu para dez minutos.
O software cruza as estatísticas de um serviço de 'jogada a jogada' com o sinal de transmissão em vídeo (nesta temporada todos os jogos do NBB passam em algum lugar). Com estes dois dados, o programa consegue cortar todos lances de todas as partidas da liga, guardando tudo em um banco de dados. Os vídeos compactos e os melhores momentos são feitos e enviados de modo automático, com supervisão humana por mera precaução.
Na prática, passaram pelo programa praticamente todos os vídeos oficiais de jogos desta edição do NBB. Isso porque a ferramenta permite filtrar os lances por atleta, por time, estilo da jogada ou até pela importância ou plasticidade da cesta (classificadas de uma a cinco estrelas). E também cruzar todos estes filtros.
Dá para criar, por exemplo, um vídeo com todas as assistências dadas pelo Georginho, destaque do São Paulo, no último mês. Ou então todos os tocos do time de Franca na temporada. Ou uma lista das melhores jogadas desta semana (como no vídeo abaixo). Tudo isso ficaria pronto em alguns minutos, depois bastaria adicionar uma trilha sonora e pronto.
A facilidade é importante porque aumenta a visibilidade do basquete nacional. "Nós aumentamos a capilaridade da liga", entende Guilherme Buso, diretor de comunicação do NBB. "O basquete é um dos esportes olímpicos que briga para ter espaço na mídia esportiva, e hoje nossa estratégia é proativa, de criar o conteúdo para nossos parceiros", explica, referindo-se aos canais Band, ESPN e Fox Sports na TV, além das plataformas online de Facebook, Twitter, DAZN e Twitch.
O departamento de comunicação da liga calcula ter praticamente dobrado as publicações em redes sociais, por ter os vídeos dos jogos com maior agilidade. Além disso, entende ter aumentado bastante a presença orgânica do NBB, tanto na TV quanto em perfis online de times e jogadores que disputam o torneio. "A ferramenta aumentou nossa presença online e também o volume de basquete que vamos ver nos canais por aí", diz Buso.
Mas os humanos ainda são necessários...
Apesar da autonomia, o programa não faz tudo sozinho. Em cada uma das partidas do NBB estão sempre presentes dois estatísticos, que alimentam o serviço 'jogada a jogada' do site oficial da liga. Este material é fundamental para o software de vídeos recortar os lances e categorizá-los com as etiquetas corretas (time, atleta e tipo de jogada).
Uma pessoa também pode ser bem-vinda nas compilações. A máquina separa as jogadas em categorias (uma a cinco estrelas) e até tem o discernimento de classificá-las na ordem de um Top 10, por exemplo, mas o NBB ainda conta com o olhar humano para supervisionar este processo.
Máquina precisou "aprender" o basquete brasileiro
O serviço da WSC é usado pela NBA nos Estados Unidos, mas teve que passar por uma adaptação antes de funcionar no NBB. Acostumado com LeBron James, Antetokounmpo e cia., o programa chegou ao Brasil considerando até as melhores jogadas como rotineiras. Foi só depois de semanas de influência humana que o sistema entendeu a diferença no nível de basquete e passou a ser mais generoso na classificação com estrelas.
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