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Kobe confiava muito em seu piloto, diz autoridade em voos de Los Angeles

Kobe Bryant, antes de seu último jogo no Staples Center, em 2016 - Robert Hanashiro-USA TODAY Sports
Kobe Bryant, antes de seu último jogo no Staples Center, em 2016 Imagem: Robert Hanashiro-USA TODAY Sports

Juliana Borba

Colaboração para o UOL, em Los Angeles (EUA)

31/01/2020 09h46

Um profissional competente, com mais de 20 anos de carreira, admirado por seus colegas e sempre requisitado por clientes VIP como Kobe Bryant. É assim que o armênio Ara Sobayan, piloto que guiava o helicóptero no acidente fatal do astro da NBA, é descrito pelo amigo Chuck Street, diretor executivo da Associação de Operadores de Helicóptero da Área de Los Angeles. A aeronave caiu na cidade de Calabasas, localizada no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e as nove pessoas que estavam a bordo morreram.

"Pilotos às vezes podem ser arrogantes ou acharem que sabem de tudo. Ele não. Ele era, realmente, um grande piloto, de quem todos gostavam. E sei que Bryant confiava muito nele", relata Street, que também é piloto e tem mais de 25 mil horas de voo acumuladas em Los Angeles.

Street contou à reportagem do UOL Esporte que esteve com Zobayan alguns dias antes conversando sobre "coisas banais" e que os dois se encontravam com regularidade.

"Sempre o via no aeroporto John Wayne, para cima e para baixo, levando Kobe. Sei que ele confiava muito em Ara. E sei também que Ara aprendeu a pilotar voando exatamente naquela região [do acidente], então ele conhecia aquela área muito bem", afirmou.

Assim como muitas outras celebridades, Kobe era cliente cativo da Islands Express Helicopters, empresa responsável pelo helicóptero envolvido na tragédia, e usava o meio de transporte para escapar do trânsito de Los Angeles. Zobayan já tinha, em 2016, transportado o ex-jogador para o último jogo da sua carreira.

Com mais de oito mil horas de voo, Ara Zobayan trabalhava na empresa de táxi aéreo há dez anos, era habilitado para voar por instrumento (IFR) e também atuava como instrutor de voo. Se tornou piloto privado em 2001 e conseguiu sua licença de piloto comercial em 2007.

Emocionado, Street conta que Zobayan chegou aos Estados Unidos ainda adolescente e que, no voo que o levou ao país, estava um mecânico de helicópteros que lhe deu uma revista sobre aviação, despertando a atenção do jovem para aquele mundo.

"Ele batalhou, tinha três empregos para se sustentar, e décadas depois construiu uma carreira exemplar. Ele era popular e muito querido por todos. Ele amava o que fazia, e estamos todos devastados com sua perda", contou.

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