"Chorão" e "10 iguais a ele": desafetos atacam Jordan sobre fala em série
A rivalidade histórica entre Chicago Bulls e Detroit Pistons entre o fim dos anos 1980 e começo da década de 1990 foi revivida pelo série documental "Arremesso Final" ("The Last Dance", no nome original), em exibição no Brasil atualmente pela Netflix com episódios semanais, que mostra a trajetória de Michael Jordan até sua última temporada pela equipe de Chicago.
No terceiro episódio, Jordan lembrou os confrontos polêmicos entre as duas equipes na NBA, marcados sempre por duros duelos físicos entre o craque do Bulls e seus marcadores. E disse que o sentimento que tinha em relação aos Pistons ia além de rivalidade. "Eu odiava os caras. E o ódio continua até hoje. Eles tornaram isso algo pessoal. Eles nos encheram de porrada", relembrou.
Alvo da "Regra Jordan", que fazia o time de Detroit pressionar mais a marcação em cima do melhor jogador da equipe adversária usando faltas para evitar os famosos saltos e jogadas aéreas que renderam o apelido de "Air Jordan", o craque da equipe de Chicago despertou de novo contrariedade entre seus antigos rivais com a fala no documentário.
O pivô do time de Detroit na época, Bill Laimbeer, chamou o rival de "chorão" em entrevista à ESPN americana nesta semana. "Eles choraram e choraram por um ano e meio sobre o quão ruim nós éramos para o jogo. Mas, mais importante, eles disseram que nós éramos más pessoas. Nós não éramos más pessoas. Nós éramos apenas jogadores de basquete, ganhando. Aquilo realmente ficou marcado em mim porque eles não sabiam quem nós éramos ou o que nós éramos como indivíduos e nossa vida familiar", disse o ex-jogador.
O time de Detroit foi a grande pedra no sapato do Chicago Bulls, responsável pela eliminação do time de Michael Jordan em três temporadas consecutivas (1987-88, 1988-89 e 1989-90), sendo as duas últimas na final de conferência leste.
Quando os Pistons perderam a final da conferência leste por 4 a 0, no entanto, em 1991, seus jogadores se recusaram a cumprimentar os vencedores. Outra polêmica trazida por "Arremesso Final" tem relação com esse momento e foi uma fala de Michael Jordan em relação ao grande astro dos Pistons: Isiah Thomas.
Ao ser apresentado a uma declaração do ex-rival explicando aquele momento, Jordan mostrou contrariedade. "Sei que é tudo besteira. Qualquer coisa que ele diga agora não são as ações que ele tomou na época. Ele teve tempo para pensar nisso. Ou foi a reação do público que mudou a perspectiva dele. Pode me mostrar o que quiser. Não tem jeito de me convencer de que ele não foi um babaca", disse o ex-jogador.
"Eu apertei a mão de todos em dois anos consecutivos quando nos venceram. Mostramos respeito pelo jogo e por eles. Isso é espírito esportivo. Não importa o quanto isso doa, e dói pra c... Mas eles não precisavam nos cumprimentar. Sabíamos que tínhamos batido eles, superamos eles. E, para mim, de alguma forma, isso foi melhor que ganhar a NBA", concluiu Jordan.
Essa fala também não ficou sem repercussão. Em entrevista à Fox americana, Isiah Thomas se negou a reconhecer que Jordan tenha sido o melhor jogador da história da NBA, afirmou que na época não existia o nível de competitividade que o basquete dos EUA tem atualmente, e que existem na liga de hoje "10 ou 11" atletas como Jordan.
"Esta geração não está recebendo crédito suficiente pelo que estão fazendo. Porque os atletas que estão nesta geração são muito superiores aos da minha geração. Jordan foi o melhor atleta que nós vimos do ponto de vista atlético, mas há 10 ou 11 jogadores na NBA neste momento como ele", disse Thomas, que citou Kevin Durant e LeBron James (que inclusive viu a série e disse ter se emocionado) como exemplos.
A exibição de "Arremesso Final" tem sido acompanhada de polêmicas. Reggie Miller, ídolo do Indiana Pacers e rival de Jordan nos tempos de jogador, disse que "daria um soco" nele se o encontrasse atualmente. Miller e Jordan chegaram a brigar em quadra na temporada de 1993.
Declarações de Jordan no documentário sobre Scottie Pippen também foram rebatidas por Steve Kerr. Após o "Air" dizer que Scottie se equivocou em atitudes na temporada de 1997-98, Kerr, atualmente técnico do Golden State Warriors, disse que "todos respeitamos a decisão de Pippen. Entendíamos sua frustração. Com certeza ele deveria ser o segundo jogador mais bem pago na NBA. Ao menos estar entre os cinco primeiros. Por isso nós o apoiamos e entendemos. Demos o espaço a ele e esperamos que voltasse para nos ajudar na segunda parte da temporada".
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