Por que Jordan e Barkley não conversam há anos: "pode me ligar"
A rivalidade entre Michael Jordan e Charles Barkley nos tempos de NBA está sendo revivida pelo documentário "Arremesso Final" ("The Last Dance", no nome original), em exibição atualmente pela Netflix no Brasil. O sexto episódio lembra a emocionante série entre Chicago Bulls e Phoenix Suns na decisão da liga norte-americana de basquete em 1993, vencida pelo time de Jordan.
A história entre os dois astros do basquete dos EUA virou um drama com o fim da amizade bem depois daquelas disputas em quadra. Eles foram grandes amigos e companheiros no "Dream Team" americano que levou o ouro olímpico em Barcelona-1992. Barkley inclusive participou do filme "Space Jam - O Jogo do Século", um clássico dos anos 1990, protagonizado por Jordan e o desenho animado Pernalonga.
Mas os dois não se falam mais desde 2012 por causa de comentários feitos pelo ex-jogador do Suns sobre o trabalho de Michael como dirigente em Charlotte. "O cara foi como um irmão para mim por, talvez, 20 e poucos anos. Pelo menos 20 e poucos anos. Sim, eu fico triste. Mas para mim ele ainda é o maior jogador de basquete de todos os tempos. Eu desejo para ele tudo de melhor. Mas não há nada que eu possa fazer sobre isso", disse Barkley em entrevista a um programa de rádio da ESPN americana em Chicago nesta semana.
"Ele tem o meu número, pode me ligar", disse o ex-jogador em uma rara fala sobre o fim da amizade com Jordan. O momento que levou a essa ruptura aconteceu quando Barkley disse no mesmo programa de rádio, há oito anos, que o maior problema de Michael Jordan no comando da franquia de Charlotte (na época Bobcats, hoje Hornets), era ter contratado amigos que nunca discordavam dele.
"Eu amo o Michael, mas ele simplesmente não tem feito um bom trabalho. Apesar de ele ser um dos meus melhores amigos, não posso chegar aqui e dizer que ele está fazendo um bom trabalho. Ele simplesmente não está e pronto", disse Barkley na época. "Uma coisa de ser famoso é que as pessoas a sua volta raramente discordam de você. Eles querem passear no seu jatinho, então nunca discordam. Acho que Michael precisa contratar alguém que discorde dele", completou.
Série na Netflix abordou decisão histórica entre os dois
O sexto episódio de "Arremesso Final" mostrou a história do título do Chicago Bulls na temporada 1992-93 da NBA, o terceiro consecutivo da franquia na liga. O adversário na série decisiva era o Phoenix Suns, campeão da conferência oeste, que tinha Barkley como maior astro, eleito o MVP da temporada regular.
"Eu estava meio irritado por não ser o MVP do ano, prêmio que deram para o Charles. Mas eu disse, 'tudo bem, pode ficar, eu vou ser campeão'", disse Jordan no documentário.
Barkley, por sua vez, acreditava no título embalado pela boa fase. "Eu me sentia muito confiante quando começamos a série. Estávamos muito determinados, pois, se havia alguém que você queria vencer, era o Michael Jordan", disse.
Apesar da confiança, os Bulls ganharam os dois primeiros jogos disputados na casa do adversário. "Deve ter sido a primeira vez na minha vida inteira que eu senti que havia um jogador de basquete melhor que eu no mundo, para ser honesto", contou Barkley no documentário.
O Phoenix Suns conseguiu vencer uma partida em Chicago, mas perdeu novamente o jogo seguinte. Com isso, um novo duelo na casa dos Bulls dava a chance do título para o time de Jordan. A torcida preparou a festa para receber a decisão na cidade e estava em clima de título colocando adereços nas janelas. Mas deu Suns.
O título ficou para o jogo 6. Com uma vitória nos segundos finais, o Chicago Bulls fechou a série em 4 a 2, faturou mais um troféu da NBA. "Eu não tenho problema por ter perdido para o Michael. Perder para o Michael não é vergonhoso. Esporte é como um duelo, e perdemos para o pistoleiro mais rápido", falou Barkley, que nunca conquistou um título da NBA, apesar de ser um dos maiores jogadores da história.
"Arremesso Final" é uma produção em parceria com a ESPN dos Estados Unidos. Está em exibição no Brasil com episódios disponibilizados semanalmente pela Netflix. A produção mostra a trajetória do craque até a última temporada pelo time de Chicago.
Série ressuscitou outras polêmicas
A exibição de "Arremesso Final" tem sido acompanhada de polêmicas no mundo do basquete. Rivais dos tempos de Detroit Pistons chamaram Jordan de "chorão" e citaram até que existem "10 iguais a ele" na geração atual da NBA.
Reggie Miller, ídolo do Indiana Pacers e rival de Jordan nos tempos de jogador, disse que "daria um soco" nele se o encontrasse atualmente. Miller e Jordan chegaram a brigar em quadra na temporada de 1993.
Declarações de Jordan no documentário sobre Scottie Pippen também foram rebatidas por Steve Kerr. Após o "Air" dizer que Scottie se equivocou em atitudes na temporada de 1997-98, Kerr, atualmente técnico do Golden State Warriors, disse que "todos respeitamos a decisão de Pippen. Entendíamos sua frustração. Com certeza ele deveria ser o segundo jogador mais bem pago na NBA. Ao menos estar entre os cinco primeiros. Por isso nós o apoiamos e entendemos. Demos o espaço a ele e esperamos que voltasse para nos ajudar na segunda parte da temporada".
A fuga de um discurso politizado também rendeu críticas durante a carreira de Jordan, visto como alguém que teve mais foco no mercado. Esse tema foi abordado no quinto episódio. O ex-jogador também teve abordada a sua relações com apostas, e disse que seu problema era "competir muito".
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