Por que ex-jogador da NBA assumiu liderança em protestos por George Floyd
Stephen Jackson atuou na NBA entre os anos 2000 e 2014 e chegou ao ápice da carreira ainda em 2003, quando conquistou o título com o San Antonio Spurs. Com média de 15 pontos por partida durante a trajetória na liga, o ex-ala de 42 anos se tornou um dos nomes mais comentados nos Estados Unidos por assumir um papel de liderança no caso George Floyd.
Jackson era amigo e chamava Floyd de "gêmeo" pela semelhança física. O "irmão de outro sangue" do antigo ala se tornou símbolo de revolta popular na cidade de Minneapolis após ser asfixiado até a morte pelo policial Derek Chauvin, acusado ontem (29) por homicídio culposo. O vídeo com a ação resultou em manifestações duras de parte da população, que classifica o ato como mais um caso de racismo nos EUA.
Depois de se manifestar nas redes sociais sobre o caso que choca os Estados Unidos, o ex-ala viajou até o estado de Minnesota e assumiu papel de liderança nos protestos. Ontem (29), Jackson deu entrevista coletiva e reuniu outros nomes importantes ligados à NBA para reforçar os atos.
"Estou aqui porque eles não vão duvidar do caráter de George Floyd, meu gêmeo. Muitas vezes quando a polícia faz coisas que sabem que estão erradas, a primeira coisa que tentam é encobrir e usar seus antecedentes para fazer parecer que valeu a pena aquele ato", disse Jackson.
"Quando um assassinato vale a pena? Mas, se for um homem preto, é aprovado. Você não pode me dizer 'estou protegido' quando aquele homem estava com o joelho no pescoço do meu irmão, tirando a sua vida com a mão no bolso e com sorriso no rosto", acrescentou o ex-jogador de Spurs, Warriors e Pacers.
Jackson falou com a imprensa na Prefeitura de Minneapolis e liderou o ato que clama por justiça para George Floyd. Ao lado do ex-jogador estava o pivô Karl-Anthony Towns, atual estrela do Minnesota Timberwolves, e o ator Jaime Foxx, vencedor do Oscar de 2005 pelo papel de Ray Charles em 'Ray'.
O ex-ala viu o vídeo pela primeira vez no celular e se revoltou. A relação de Jackson e Floyd se tornou pública nas redes sociais e ganhou repercussão no programa 'Today', da NBC.
"Isso me destruiu. Não sou o mesmo depois de ver aquele vídeo. Na hora, pulei, gritei, assustei a minha filha e quase quebrei minha mão batendo nas coisas. Fiquei muito mal", desabafou Jackson, que escreveu uma mensagem no Instagram horas depois de tornado público o caso nos EUA.
"De onde nós viemos, não são muitos que conseguem, mas meu 'gêmeo' estava feliz pelo que fiz. Eu continuarei a deixá-lo orgulhoso. Me dá tanta raiva isso ter acontecido: tirarem você depois de todas as coisas que você passou e quando você estava no seu melhor", escreveu Jackson.
O caso da morte de George Floyd gerou imediatas manifestações de atletas nos Estados Unidos. No meio do basquete, LeBron James, Steph Curry, Dwayne Wade, Lisa Leslie e Reggie Miller, por exemplo, se revoltaram com o caso.
Quem tomou a frente dos protestos também foi Colin Kaepernick. O quarterback, afastado da liga desde quando iniciou protestos diante da violência policial contra negros nos Estados Unidos, prometeu que irá pagar advogados de manifestantes presos em Minneapolis, cidade sob toque de recolher diante das manifestações ocorridas nos últimos dias.
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