Topo

Japoneses são maioria também fora de campo

07/06/2003 21h08

Por Ricardo Westin
Agência Folha
No Rio de Janeiro

Os semblantes orientais que dominam o beisebol brasileiro não ficam restritos a arremessadores, receptores e rebatedores. Fora do campo, os "cartolas" também têm laços com o Japão. São nisseis os presidentes da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol, Jorge Otsuka, e da Associação de Árbitros e Anotadores de Beisebol, Jorge Higaki.

Até a comissão técnica faz a seleção parecer japonesa. Dos três treinadores, apenas um não tem olhos puxados. Mas não é brasileiro. É o técnico dos arremessadores, importado de Cuba, país com tradição no esporte. O Brasil tem 5.000 atletas associados à confederação. Cerca de 75% deles são descendentes de japoneses.

Quem apita as partidas se sente em casa. Dos 250 juízes brasileiros -cada jogo exige quatro-, só 15 não vêm de famílias imigrantes. "A maioria dos árbitros começou como pai de jogador. É o meu caso", diz o presidente da associação dos juízes.

Higaki é um dos poucos brasileiros gabaritados para atuar como árbitro principal, o que fica atrás do receptor e do rebatedor. Como a bola pode ser arremessada a 150 km/ h, esse juiz só pode entrar em campo protegido com colete e capacete.

Acompanhando a distribuição da comunidade japonesa pelo Brasil, boa parte das 200 equipes de beisebol está no Estado de São Paulo. Dos 20 atletas da seleção que vai aos Jogos Pan-Americanos, 19 são paulistas.

Os praticantes atribuem o pequeno alcance do esporte ao desinteresse de patrocinadores e ao elevado custo do material, que precisa ser importado. A luva do receptor, por exemplo, chega a custar US$ 400.