"Vovôs", Jones Jr. e Hopkins lutam nesta 4ª, mirando encontro em 2010
Roy Jones Jr. e Bernard Hopkins fazem parte de um seleto grupo dentro dos ringues, o dos quarentões que não largam as luvas, como Evander Holyfield, por exemplo. Nesta quarta-feira, eles lutam em lados opostos do globo – o primeiro na Austrália, e o segundo na Filadélfia (EUA) -, mas mirando um objetivo em comum: um duelo entre ambos em 2010, 17 anos após o combate que travaram em 1993.
ROY JONES JR., 40
Amo esta chance de lutar com Hopkins. Estou ansioso pela luta e sei que os fãs querem assistir a isso há muito tempo. Por muitos anos ele não quis. Agora aceitou. Não posso esperar por este combate
Depois de conquistar títulos entre os médios, supermédios, meio-pesados e pesados, Roy Jones Jr. ainda encontra objetivos, mesmo que tenha passado a apresentar uma carreira irregular. Aos 40 anos, ele fará nesta quarta-feira a sua primeira luta fora de casa (às 9h de Brasília), em busca da 55ª vitória, no 60º combate que disputará.
Em Sydney, Jones Jr. terá pela frente Danny Green, lutador local de cartel modesto, com 27 vitórias (24 nocautes) e três derrotas. O interesse do norte-americano é em tomar do australiano o título dos cruzadores pela Organização Internacional de Boxe. Ele clama que seria seu quinto título mundial em categorias diferentes, mas causa polêmica, já que a OIB não está entre as quatro grandes entidades do boxe (CMB, AMB, OMB e FIB).
“Eu nunca me interessei em lutar como cruzador. Mas por que não lutar? É a única grande divisão em que não fui campeão, então quero fazer isso. E depois enfrentar Hopkins”, afirmou ele, já dando o aviso para o rival.
Hopkins também é uma lenda do esporte. Hoje, aos 44 anos (faz 45 em janeiro), não detém os títulos que colecionou até 2005. Mas entrou na história ao ter os quatro cinturões dos pesos médios. Desde então, passou a somar derrotas ao cartel vitorioso, com três tropeços nas suas últimas seis lutas.
Depois de provar que ainda está em forma ao derrotar o então invicto Kelly Pavlik em 2008, ele retorna na noite de quarta contra Enrique Ornelas, do México. Como o australiano rival de Jones, seu retrospecto como profissional não impressiona: 29 triunfos, com cinco derrotas.
BERNARD HOPKINS, 45
Vou lutar com um dos melhores caras e sou quem mais pode sair perdendo. Este combate é uma forma de eu me elevar para lutar em 2010
Hopkins será cuidadoso, como é seu estilo de lutar – no cartel, tem 32 nocautes nas 49 vitórias, com um empate e cinco derrotas. “Vou lutar com um dos melhores caras e sou quem mais pode sair perdendo. Este combate é uma forma de eu me elevar para 2010”, analisou o ex-campeão.
Os planos estão armados para uma revanche entre ele e Jones Jr., 17 anos depois. Porém, tanto na Austrália quanto na Filadélfia, dois pugilistas apenas “comuns” podem estragar as intenções dos “vovôs”.
Jones Jr x Hopkins I
O histórico entre duas das lendas recentes do boxe remete ao dia 22 de maio de 1993. Naquela ocasião, ambos ainda não tinham o nome que construiriam a partir daquele momento. Foi a primeira disputa de título mundial para ambos, em Washington.
Quem se deu melhor foi Roy Jones Jr., que ficou com o cinturão vago da Federação Internacional de Boxe, entre os pesos médio. Os pugilistas aguentaram em pé os 12 rounds do duelo, e a vitória ficou com Jones Jr., em decisão unânime dos juízes.
Apesar de muito se falar em um segundo combate, com revanche para Hopkins, as carreiras de ambos tomaram caminhos diferentes e a luta nunca foi acertada. Hopkins dominou posteriormente a mesma categoria em que lutaram, com o recorde de 20 defesas de cinturão. Já Jones ficou por muito tempo como campeão dos supermédios e, depois, lutou em diferentes pesos, com sucesso até na sua única luta como pesado, quando se tornou campeão ao vencer o também norte-americano John Ruiz, em 2003, pelo cinturão da AMB.
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